terça-feira, 6 de maio de 2008

COLUNA DO DIA 07 MAI 08 - NOSSA FOLHA

O “Independent” é um jornal de centro-esquerda, a favor da Europa. Ou seja, na Inglaterra há bons e prósperos jornais de centro-esquerda. Não é essa mediocridade da imprensa elitista brasileira (SP+Globo): uma só voz golpista, antitrabalhista.

O “Independent” acaba de publicar reportagem sobre o Brasil – “É Carnaval para a economia brasileira”, em razão do “grau de investimento” outorgado pela Standard & Poor’s.

O “Independent” faz o que o “Financial Times” e o “Wall Street Journal” fizeram antes: desdizer a imprensa de SP+Globo que como se sabe, transformou o “grau de investimento” numa das sete pragas do Egito…

O mais interessante do artigo do “Independent”, porém, é dizer que o Presidente Lula é uma “Terceira Via” melhor do que Tony Blair e Bill Clinton.

Agora mesmo é que FHC vai cortar os pulsos.

O “Independent” nem cita o FHC entre os da “Terceira Via”. A “Terceira Via” é uma mistificação concebida por um amigo de Blair, Anthony Giddens. Foi a ideologia montada às pressas para justificar a guinada à direita do movimento trabalhista inglês, sob a liderança de Blair. Blair precisava ser Margaret Thatcher e continuar chic, sem ser chamado de reacionário. Clinton fez o mesmo: jogou o Partido Democrata no centro e, muitas vezes, na direita, para sobreviver.

Tudo o que o FHC quis foi ser uma estrela da “Terceira Via”. Era ser de esquerda, só que em Londres e em Washington.

E, aqui, vender o Brasil ao Daniel Dantas. Os passageiros do Concorde (FHC) da “Terceira Via” viajavam de primeira, tomavam champagne brut rosé e iam a inúteis colóquios em aprazíveis cidades européias, não trabalhavam, faziam meia dúzia de discursos óbvios e se diziam fiéis à origem de esquerda. Era a esquerda de free-shop e que se exercitava na futura profissão de palestrante de US$ 50 mil por uma hora de trabalho.

Pois, o “Independent” diz que Lula é uma “Terceira Via” muito melhor que o Blair e o Clinton. Além do mais, o “Independent” ressalta as virtudes de Lula como negociador internacional de conflitos como o da Venezuela com a Colômbia.

FHC achava que ele era o único presidente brasileiro que seria levado a sério no exterior. Até na “Terceira Via” o FHC vai ser o Dutra do Getúlio.

A imprensa (SP+G) e a oposição morrem de inveja. O grau de investimento saiu num governo trabalhista.
Então o jeito é desancar o grau de investimento. A Folha (da Tarde) de S. Paulo anuncia a desgraça da valorização do real e o fim das exportações brasileiras.

E o editorial do Estadão: “O presidente Lula talvez nem os conhecesse (detalhes da exposição da Standard & Poor’s), quando anunciou a boa nova no 7º. Fórum dos Governadores do Nordeste, em Maceió. ‘Com essa nova classificação’, disse, ‘não resta mais dúvida de que o Brasil agora é um país sério’. O advérbio de tempo fica por conta dele.”

Claro, porque, para SP+Globo quem merecia o grau de investimento era o FHC e, não, um metalúrgico nordestino. E todas as notícias de SP+G dão a entender que o grau de investimento nada mais é do que a coroação da obra do FHC.

Vamos voltar atrás, um pouco. Vamos ver o que foi o Governo do PSDB, aquele que quebrou três vezes.

E se o grau de investimento tivesse saído no início do segundo ano do segundo mandato FHC?
Ia ter o terceiro mandato ou não?
Com o apoio eufórico da imprensa SP+Globo.

O Estadão faria um editorial que começaria assim: “O Brasil não tem o direito de deixar esse legado – o grau de investimento da economia – cair nas mãos de um despreparado, um nordestino que nem português sabe falar.”

E, em breve surgirá nos dicionários um novo adjetivo: “popolulista”.

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