segunda-feira, 18 de julho de 2011

AFUNDOU...


Este ansioso blogueiro gosta muito quando o âncora da CBN, a rádio que troca a notícia, diz assim:

“Míriam, e a economia brasileira ?”
E ela responde:

“A economia brasileira  …

Viva o Brasil !

O Octavio de Barros, que, adormecido, entende mais de economia brasileira que o âncora e a urubóloga juntos e despertos, é responsável pelas pesquisas econômicas do Bradesco.

E publica nesta segunda-feira interessante artigo na pág. A14 do Valor.

“Vai mesmo faltar trabalhador no Brasil ?”


Barros responde:

“O problema não é tanto a falta de mão de obra qualificada, apesar de este ser cada vez mais um tema desafiador para o Brasil. O que falta no Brasil neste momento é pura e simplesmente mão de obra barata.”


“Os salários reais aumentaram muito, a política de salário mínimo tem sido historicamente agressiva e as políticas sociais geraram novas oportunidades para jovens e mulheres que estudam cada vez mais e adiam a entrada no mercado de trabalho.”


“Mudou o patamar salarial no Brasil.”


“Empregadas domésticas tornaram-se manicures. Manicures progrediram a vendedoras de lojas. Vendedoras de lojas tornaram-se gerentes de loja e assim por diante.”


“O que se paga hoje para um trabalhador não especializado é o que se pagava há três anos para o trabalhador qualificado.”


“… o empresário que investe está neste momento em certa medida desprezando o cenário de curto prazo de desaceleração do PIB resultante do combate à inflação e está mirando 10 anos à frente.”


“É como se as empresas tivessem um ‘departamento de investimento’ que recebe instruções do comando da organização para não olharem para a conjuntura: ‘olhem só para a frente’ !”


Ou seja, só quem dá bola para a urubóloga é o âncora da CBN.

“Miriam, e a economia brasileira ?”

“A economia brasileira se afunda !”
, diz ela.

Com a seleção do Galvão !


Paulo Henrique Amorim

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Como Dilma Fará...

O Oráculo de Delfos não é Aristóteles, mas fundou um Liceu, tantos os discípulos e idólatras.

Este ansioso blogueiro se enquadra em qualquer das categorias e teve esta semana o raro prazer de conversar com outros discípulos e idólatras, na presença do Oráculo.

Não éramos exatamente peripatéticos, porque estávamos sentados.

E nem gregos, porque tomávamos suco de goiaba.

Aqui se reproduzirão alguns conceitos e aforismos ali enunciados, sem que seja possível determinar exatamente quem disse o que: se o Mestre ou os seguidores.

- Como Dilma fará a transição do Governo Lula para o Governo dela ?

- Pode ser a consagração, mas pode dar muito errado. 

- O problema não é a transição. É o PT.

- É essa falsa opção entre PT de São Paulo e PSDB de São Paulo.

- O que torna a política nacional uma questãozinha provincial.

- O Alckmin. Você conhece o Alckmin ? Como é simplório.

- É essa a palavra.

- E o Serra ?

- Bem, esse é professor de Deus.

- Isso quando ele se dispõe a dar aula.

- O Fernando Henrique teve a intuição certa: o negócio deles é ir para classe média.

- É, mas só que eles não têm mais como se apresentar à classe média, nem ao povão. Eles ficaram com a cara da elite. E da elite de São Paulo.

- Não há mais liga entre eles e o povão. O Fernando Henrique pode saber onde fica a classe média. Mas a classe média não quer saber onde ele fica.

- Eles não têm biografia para chegar à classe média e dizer: sigam-me se forem brasileiros.

- Me diga aí uma coisa original que o Serra tenha dito em 40 anos de vida pública. Uma !

Silêncio.

Silêncio.

- Bom, tem os genéricos …

- Alto lá, isso foi do Jamil, do Jamil Haddad, do Itamar, que, coitado, morreu sem que reconhecessem o trabalho dele.

- O cara teve 40 milhões de votos, 40 milhões de votos, e não consegue ser presidente do Instituto do Partido dele.

- Dão pro Tasso.

- O Serra tem que se contentar com um Conselho, um diretório acadêmico.

- Mas, quem mandou fazer uma campanha que não tinha uma idéia ? Ele saiu da campanha de bolsa vazia – e cérebro vazio.

- Cérebro, não, esse saiu avariado com a bolinha.

- O problema é o cerco da mídia.

- A mídia é que estimula essa polarização entre PT de São Paulo e PSDB de São Paulo. É bom para ela.

- Só interessa à mídia e ao PT e PSDB de São Paulo. É uma ação entre amigos.

- Qual é a diferença entre o PT de São Paulo e o PSDB de São Paulo ?

- Qual é a diferença entre o Pagot e o Paulo Preto ?

- Não, estou falando em diferença de projeto, do que fazer pelo Brasil.

- Os tucanos de São Paulo não têm uma mísera idéia.

- E o Aécio caiu do cavalo com seis meses de exposição no palco federal.

- Era poeta estadual e a gente não sabia.

- Você sabe que tem político que se deslumbra. Que não pode ver um rico, um jatinho, adora ficar amigo dessa elite de … que tem no Brasil.

- Mas, o pior é que não eles não têm projeto. Não sabem o que fazer do Brasil.

- Estão há oito anos fora do poder e não produziram uma proposta.

- Vão ficar no moralismo da velha UDN.

- É, mas calma, porque o eleitor da Classe C, e o eleitor ainda mais pobre, ele é muito conservador, ele não quer saber de roubalheira, não, nem de impunidade.

- O eleitor cada vez exige mais. Ele está sabido como nunca.

- E não tem mais cabresto.

- Ele vai para onde quiser, vai por onde subir na vida mais rápido.

- Ele é louco por educação. E não é só educação. Ele quer se aprimorar, se aperfeiçoar.

- Tecnologia, meu querido. Dar tecnologia !

- Outra coisa, ele vai ser aliado dos governantes e exigir uma melhoria nos serviços públicos. Ele usa a saúde pública, a escola pública. Ele não tem dinheiro para plano de saúde, para escola particular. Então, meu amigo, trate de melhorar a escola, a saúde do seu município, do seu Estado.

- E não adianta ficar falando mal, dizer que está tudo errado.

- Não, senhor. Ele está vendo o progresso, ele melhorou de vida. Ele quer é ir em frente.

- Mas, e a Dilma, como vai ser a transição para o Governo dela ?

- Ela pode fazer o que quiser. Menos dar a impressão de que brigou com o Lula.

- Víííííxe !

Pano rápido.



By PHA

terça-feira, 12 de julho de 2011

LIBERDADE ... PARA MENTIR!

Naquilo que foi considerada a primeira crise política do governo Dilma Roussef, com o defenestramento de um ministro, muito se discutiu sobre moral e ética. Opiniões, as mais diversas e desencontradas, pipocaram por quase três semanas em jornais, revistas, televisões e boa parte da blogosfera.
Para uma sociedade que, pelo menos na aparência, se mostra paradoxalmente mais preocupada com a corrupção e ao mesmo tempo mais corrupta a cada dia que passa, ativa ou passivamente, não importa, a proporção do debate quase atingiu as raias do paroxismo.
Contudo, e não estamos apontando nenhuma novidade, no quesito corrupção, a volúpia acusatória tem pendido sempre mais para um lado da balança do que para outro, sendo o Partido dos Trabalhadores o alvo preferencial da mídia. Entende-se: é a luta pelo poder político, dirão muitos.
Não só, ouso dizer, é também a luta de classes. E é também o entendimento atual daquilo que muitos brasileiros conhecem ou mesmo aprenderam sobre o pensar e o fazer político. É provável que muitos até já se esqueceram, é verdade, seja pelo vazio de ideias e pela repressão causada pelo golpe de 64, seja pelo canto do cisne das políticas neoliberais dos anos 80/90 ou mesmo do emblemático desaparecimento da União Soviética, onde muitos acreditaram que uma ideologia e um modelo de organização econômico social haviam chegado ao fim.  
Lembrei-me, em meio a essas calorosas discussões sobre ética e moral, da leitura que fiz já há alguns bons anos de um livro intitulado “Marxismo e Moral”, de autoria do professor William Ash, norte americano que se mudou para a Inglaterra, cujo original foi publicado na Monthly Review Press em 1964 e editado no Brasil em 1965.  
O livro, de linguagem fluente e fácil, procura discutir os conceitos morais dentro das condições materiais em que vivemos em sociedade ou, em outras palavras, o que nos leva a emitir juízos de valores morais numa sociedade capitalista, por exemplo, como essa que nos é dado viver.  
Nos quatro longos capítulos em que procura sistematizar o seu pensamento, o autor faz referências a algumas obras e pensamentos de Marx, alguns dos quais nunca é demais lembrar. Por exemplo: “As ideias da classe dominante são, em qualquer época, as ideias predominantes”. Simples e cristalino. Só não entende quem não quer ou não se dá ao trabalho de pensar.  
Na atual situação política brasileira, a ética tem sido usada como arma de combate entre adversários políticos de quase todos os partidos, sem exceção, sendo que os representantes desses partidos, seja no âmbito federal, estadual ou mesmo municipal, em sua grande maioria, representam interesses em sua maior parte, da classe dominante, mesmo que seus programas partidários e sua militância, quando ela existe, apontem noutra direção.
  Contudo, nessa troca de acusações, muitas delas sem provas, o que tem vergonhosamente caracterizado uma quebra do princípio jurídico da inocência presumida, a quase totalidade da imprensa tem – sempre que pode – tentado fazer a balança pender para um dos lados.
Diz William Ash em sua obra acima citada: “Os moralistas que se identificam com uma classe que tenha desfrutado o poder e é ameaçada pelas bases têm uma compreensível tendência para ressaltar a obediência ou o dever como de primordial significação ética.” 
Como já surgem indícios aqui e ali de que se torna cada vez mais tênue a linha que divide situação e a oposição no Brasil atual, pelo menos essa que coloca de um lado partidos como o PT e o PMDB, e de outro legendas como o DEM, o PSDB e o PPS, começa haver um vácuo de representatividade no país. Pergunta-se: obediência a quem? Dever para com quem?
  A reforma política adquire cada vez mais importância e urgência, pois o poder político não admite o vácuo. Em momentos de indecisões, recuos ou mesmo de reflexões para novos avanços, há sempre alguém (grupos eu diria) que se aproveita para reconquistar ou manter posições conservadoras ou mesmo inibidoras de políticas econômicas menos ortodoxas. E nisso, contam com o apoio de uma imprensa que defende a sua liberdade ou a liberdade de opinião (a sua) sempre em proveito próprio ou de grupos a quem tradicionalmente se alia.
 E nesse jogo de interesses, as ideias predominantes continuam sendo as ideias da classe dominante, dos que detêm o poder econômico, porque a liberdade por esses defendida é a liberdade de continuarem no poder a qualquer custo, mesmo que para isso usem da chantagem, da mentira, dos fatos sem comprovação, da intriga.
 Diz William Ash, lembrando Marx mais uma vez: “A ‘livre empresa’, não é senão a liberdade de explorar o trabalho dos outros. Tal como a ‘liberdade de imprensa’ é a liberdade que os capitalistas têm de comprar jornais e jornalistas no interesse de criar uma opinião pública favorável à burguesia”. 
Palavras que ainda encontram ressonância nos dias em que vivemos. A burguesia brasileira, que se formou logo ao receber da Coroa portuguesa as capitanias hereditárias, até hoje não as devolveu. E continua a agir como se estivéssemos no século XIX.
Basta acompanhar o que acontece no setor agropecuário, onde a violência tem mão única. Quantos trabalhadores rurais foram assassinados no Brasil nos últimos anos? E quantos donos de terras? Ou acompanhar a vergonhosa defesa do crime de colarinho branco pelo poder judiciário. A justiça brasileira é uma justiça de classe. E quanto à mídia? O que dizer das inúmeras denúncias irresponsáveis ou matérias fabricadas, manipuladas, para servirem a interesses particulares e não aos interesses do país?
A liberdade de opinião e a liberdade de imprensa que se defende no Brasil, essas que continuam a favorecer umas tantas “famiglias”, trazem hipócrita e cinicamente escondidas em sua defesa um único e insofismável propósito: a liberdade para mentir.


ISAIAS ALMADA

domingo, 3 de julho de 2011

4º poder

Conversadores e enroladores do corporativismo midiático, isso não é filmiinho. Vocês enganaram o povo, manchando o nosso nome com todos os tipos de falácias.
Primeiros vocês nos ignoraram; depois nos trataram como lixo social, disseram que desapareceríamos depois das eleições, que ninguém nos apóia, que somos minoria desprezível. Nos rotularam como violentos; como terroristas; também ideologicamente.
Vocês mentiram.
Conhecemos o problema de vocês. O caro quarto poder, já não tem nenhum poder sobre o povo. Agora, o único lastro de vocês é dinheiro no bolso.
Refazer o ‘jeitão’ do negócio de vocês custa caro, não é mesmo?
Exponhamos claramente o que está acontecendo: os meios de vocês são agora parte de conglomerados transnacionais, cujo supremo interesse é manter o status quo desse sistema agonizante, para continuar a ganhar dinheiro a custa de cansar o povo. Claro. Os trabalhadores do negócio de vocês já sabem disso. Ninguém acredita em vocês. A informação segue seu curso, apesar de vocês.
Enquanto brincam de criar opinião do alto de suas colunas, arrogando-se a verdade absoluta, suas calúnias e manipulações são desmascaradas e denunciadas implacavelmente – muitas vezes, ainda antes de emitidas ou publicadas –, para expor a impostura a todo o planeta.
Imaginaram que abandonaríamos o povo espanhol à estratégia óbvia de vocês, de desgastá-lo?
Vocês ainda não entenderam. Somos o mesmo povo, deixando aqui um aviso a vocês. Nós não apenas fazemos. Nós explicamos o que acontecerá. Porque depende de vocês unirem-se à mudança ou serem esquecidos por ela.
Somos os grevistas; os desempregados; os professores; os profissionais dos excluídos; as famílias sem teto; os trabalhadores ‘cortados’; os idosos esquecidos; os jovens educados, mas sem oportunidades; o trabalhador alienado; a secretária desrespeitada; os que ocupam casas desocupadas que vocês ridicularizaram; os ganhadores com consciência; os perdedores com dignidade.
Somos a chispa que desperta cada sinapse, como neurônios, que compõem hoje um só pensamento. Despertamos; invencíveis; com razão e razões.
Daremos a eles o que mais importa: nosso futuro; somos seus únicos herdeiros e donos legítimos. Não somos mercadoria na mão de ninguém.
Vocês podem continuar a mentir e a ignorar a revolução global. Vocês são irrelevantes. Dia 19 de junho o povo fez história e continuará a fazê-la. Cada vez mais países juntam-se às reivindicações do 15M, inclusive no interesse deles mesmos.
Nesse momento, as marchas cidadãs aproximam-se da capital, aumentando a cada passo.
A informação continua fluindo e não importa o que vocês façam para evitá-lo. Pretendem lutar contra a vontade humana? Pior, então, será a queda de vocês. E nossa vitória será celebremente épica. Porque a paz é nosso caminho. E não há vitória maior que vencer sem guerra.
Somos anônimos; somos legião. Não esquecemos. Não perdoamos. Esperem e verão.