segunda-feira, 30 de novembro de 2009

HORROR!

Saiu na primeira página do Globo (26/11): “Lula estimula mais consumo e produtos começam a faltar. Com economia já aquecida, novas isenções trazem temor de inflação e alta de juros.” “Está mais que na hora de tirar os estímulos.” “Há risco de desequilíbrios devido as últimas “desonerações”, ou “reduções de impostos.”.

Que horror!

Esse Lula é mesmo um “analfabeto”, diria o Caetano.


No Globo também: “Caetano critica adulação à moda de Stalin. Para o compositor, Lula é tido como intocável, da mesma forma que o ditador soviético, o chinês Mao Tsé-Tung e o cubano Fidel Castro.
”Depois o Caetano vai dizer que a culpa é do jornal, como disse do Estadão, que publicou o “analfabeto”.

Como é que o Lula foi fazer um negocio desses: reduzir preço e deixar a “nova classe média” comprar?

Só quem pode comprar é aquele Brasil de 20 milhões de pessoas. A elite branca que compra na Daslu, lê o PiG (Partido da Imprensa Golpista, conforme Paulo Henrique Amorim e outros jornalisas que adotaram a sigla), acha o FHC um gênio e seu discípulo um “economista competente”. E nem formado é.


E por que a Globo parece o mais aloprado dos membros do PiG? Será que os filhos do Roberto Marinho (eles não têm nome próprio) têm mais a perder que os outros? Será que eles estão com medo da Cristina Kirchner?

Onde já se viu pobre (ou ex-pobre) comprar carro, geladeira, móveis e casa própria? Deve ser coisa de Stalin, Mao Tsé-Tung ou Fidel Castro.


Só pode ser...

Um horror!!!!

E esta coluna tem o prazer de mostrar outra insensatez desse Stalin que nos governa: ele ousou reduzir o desemprego dos negros.
Além de tudo, é um racista: gosta de negro e nordestino!

Um horror!

O desemprego entre os negros caiu mais de 6 pontos percentuais entre 2004 e 2008, período de maior dinamismo da economia brasileira. Entre 2004 e 2008 a população aumentou sua proporção de ocupados, de 77,5% para 84,0% e caiu a de desempregados, de 22,5% para 16%. No caso dos não-negros, o desemprego caiu de 16,4% para 11,9% no mesmo intervalo.

Um horror!!

Enquanto isso PSDB e DEM brigam para saber quem leva mais $$$$$$$. Minas, mensalão do Azeredo-PSDB. Distrito Federal, Panetone do Arruda-DEM e agora DETRAN do Serra-PSDB de São Paulo.

Faltam pulsos para FHC cortar.


PHA e outros

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

EMAGRECIMENTO

A candidatura presidencial do tucano José Serra passa por um processo de lipoaspiração. Em movimento inverso, o projeto Dilma Rousseff-2010 vem ganhando massa muscular. Em dezembro de 2008, o instituto Sensus atribuía a Serra 46,5% das intenções de voto. Dilma era, nessa época, uma candidata raquítica. Amealhava irrisórios 10,5% da preferência dos eleitores.
Pois bem. Os pesquisadores do Sensus voltaram ao meio-fio entre os dias 16 e 20 de novembro. Constatou o seguinte: Serra dispõe agora de 31,8%. Dilma arrasta a preferência de 21,7% dos eleitores. Na ponta do lápis: Serra perdeu 14,7 pontos percentuais de gordura. Dilma adensou em 11,2 pontos a sua musculatura. Dito de outro modo: a diferença que separa Dilma de Serra era, há um ano, de 36 pontos percentuais. Agora, é de 10,1 pontos.
Nessa última rodada do Sensus, Ciro Gomes aparece atrás de Dilma, com 17,5%. Marina Silva belisca 5,9%.

Por que Serra definha?

Pode-se intuir que a resistência do tucano em retirar a candidatura do armário tenha alguma influência. De resto, a pesquisa confirma, em números, algo de que já se suspeitava: FHC tira votos dos candidatos que toca. Nada menos que 49,3% dos eleitores informam que não votariam num candidato apoiado por FHC.

Por que Dilma se tonifica?

Levada à vitrine com antecedência inaudita, a ministra passeia a candidatura pelo país. Afora a superexposição, Dilma é carregada por um cabo eleitoral poderoso. O potencial de transferência de votos de Lula é estimado em 51,7%. O de FHC, 17,2%. O índice dos que declaram que jamais votariam num candidato de Lula caiu de 20,2% para 16%.
Por que Lula é um eleitor mais vigoroso do que FHC? Resposta está na comparação entre os governos dos dois. Entre os entrevistados, 76% consideram que a gestão de Lula é melhor do que a administração FHC. (Nesse momento FHC está cortando os pulsos.) Se o PSDB optar por Aécio Neves em vez de Serra, Dilma assume a liderança da pesquisa. Ela com 27,9%. Ele com 20,7%. Marina Silva fica com 10,4%.
O Sensus também mediu o potencial dos candidatos em hipotético cenários de segundo turno. Hoje, Serra prevaleceria em todos os cenários. Venceria Dilma com 46,8% dos votos contra 28,2% da rival. Em setembro, o placar era de 49,9% a 25%. Numa queda-de-braço com Aécio, Dilma venceria o segundo turno –36,6% contra 27,9%. Em setembro, dava 35,8% contra 26%. Sob a luz fria dos números, a estratégia adotada por Lula revela-se precisa. Esforça-se para associar a candidata a si mesmo e ao seu governo.
E tenta estabelecer uma disputa de projetos. De um lado, a era Lula. Do outro, o ciclo FHC. Presente X Passado. No popular: “Nós contra eles”. Para complicar a vida do tucanato, o Sensus informa que melhorou a avaliação do governo Lula. Em setembro, a gestão de Lula era aprovada por 65,4% dos eleitores. Hoje, 70% avaliam o governo como ótimo ou bom. Subiu também a avaliação pessoal de Lula. Foi de 76,8% para 78,9%. Não retornou aos 80% do início do ano. Mas continua nas nuvens.
Parece óbvio que, se quiser conservar a aura de favorito, Serra terá de promover uma reviravolta em sua estratégia. Fala que só vai assumir a candidatura em março de 2010. Parece discurso de quem prepara a rota de fuga.

by Josias de Souza

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

IMPEACHMENT

“Mensalão foi tentativa de golpe.” “Foi uma tentativa de golpe no Governo. Foi a maior armação já feita contra o Governo.” “Marcos Valério não vem do PT, vem de outras campanhas”.(do tucano Eduardo Azeredo) disse Lula.

Sobre Fernando Henrique: “é um poço de mágoa”, que tem inveja de Lula. Esses são trechos da entrevista que foi ao ar no domingo, na Rede TV.

Impeachment também é a cobertura alucinada que o PiG ** faz do “apagão”. O Globo disse que Itaipu parou de funcionar. Que o sistema está em risco. Que a culpa é da Dilma.

Impeachment foi o caosaéreo. Impeachment foram os cartões corporativos. Foi a Dra Lina. Foi a derrubada do Sarney para entregar o Senado ao tucano acusado de todos os crimes previstos na legislação eleitoral. Impeachment foi a febre amarela. Impeachment foi a gripe suína. Foi a queda do helicóptero no Rio. O sumiço das provas do Enem dentro de uma gráfica da Folha (*). Impeachment é a palavra de ordem do PiG e seus ventríloquos no Congresso, desde que Lula tomou posse.

Talvez só agora, no fim do Governo, o Presidente Lula tenha resolvido falar mal do PiG e seus colunistas, do antecessor (que tem inveja, o que é muito bom, porque a inveja corrói o invejoso por dentro) e, agora, denunciar o impeachment do mensalão. Só falta ir até o fim do raciocínio. O impeachment do mensalão só não seguiu adiante – e poderia ter sido concretizado enquanto Duda Mendonça depunha no Senado –, porque FHC preferiu impor a “teoria do sangramento”. Só por isso a oposição liderada pelo prodigioso Agripino Maia não pediu o impeachment enquanto Duda confessava que recebia dinheiro lá fora.

A tentativa de impeachment é permanente, ininterrupta. É a mesma que levou o Dr Getulio a meter uma bala no peito. A que tentou impedir que JK governasse. A mesma que derrubou Jango. A mesma que apoiou os militares e transformou Geisel e Golbery em Pais da Pátria. É mesma que impediu Brizola de ser Presidente. E agora, a mesma que quer derrubar Lula. E impedir que faça o sucessor.

Agora, o PiG quer igualar a interrupção de algumas horas no fornecimento de energia com o racionamento do cinzento Governo do Farol de Alexandria, que custou dois pontos percentuais no PIB e uma conta de R$ 45 bilhões que ele tirou do bolso do consumidor.
O impeachment não sai da ordem do dia.

Paulo Henrique Amorim


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ENQUANTO ISSO NO PARANÁ...

Candidato ao governo do Paraná, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), decidiu fazer campanha ao modo Lula. Lançou uma versão municipal do Bolsa Família. Chama-se “Família Curitibana”. Prevê a distribuição de R$ 50 mensais a 7 mil lares pobres. A novidade foi anunciada em cerimônia impregnada de 2010. Deu-se no Tatuquara, um bairro humilde da capital paranaense.
A prefeitura armou o palanque e providenciou a platéia. Cerca de mil moradores de outros bairros foram trazidos de ônibus. Súbito, a chegada do prefeito foi anunciada ao microfone. E a multidão: “Beto, Beto...”.
Ao percorrer os metros de curitibanos pobres que o separavam do palco, o prefeito beijou e abraçou eleitores. Tirou fotos com crianças. O clássico.

Antes do discurso do benfeitor, falaram duas beneficiárias do novo programa. Uma dedicou ao prefeito um poema: “Nova luz”. Outra, recobriu-o de elogios: “A nossa Terra Santa [nome de uma vila de Curitiba] está melhorando graças ao Beto”. Coube ao deputado estadual Mauro Moraes (PSDB) falar em nome dos políticos presentes. Citou um tema alheio ao mote da cerimônia: segurança pública. Criticou a ação do governo estadual, hoje chefiado por Roberto Requião (PMDB). E cuidou de lembrar à audiência que o prefeito quer virar governador: “Isso mudará em 2011, com o nosso próximo governador”.

Armada a cena, Beto Richa foi à boca do palco. Soou como Lula. Primeiro, ao dizer que o seu “Família Curitibana” não é um programa assistencialista. Depois, ao afirmar que a população carente não precisa de esmola, mas de oportunidade. Surpreendido, o petismo do Paraná dispensa ao prefeito tucano um tratamento análogo ao que o PSDB reserva a Lula em Brasília.

Vale a pena ler o que disse o vereador Pedro Paulo, líder do PT na Câmara Municipal de Curitiba: “A própria direita questionava o Bolsa Família. Dizia que era eleitoreiro. E, agora, às vésperas da eleição, surge esse programa...” e “...Para mim, parece haver outros objetivos, além do atendimento social. Acho que é puramente eleitoral”.Para que a inversão de papéis se complete, só falta o PT do Paraná protocolar no TRE uma representação contra o prefeito do PSDB.

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Em tempo 1:
Completando a coluna da semana passada o Farol defendeu a tese do “sangramento”. Na crise do mensalão ele não deixou o Agripino Maia pedir o impeachment do Lula. Mandou a oposição esperar o Lula “sangrar”, até que ele voltasse ao Planalto nos braços do povo. Lula não sangrou. Lula vai transformar o Governo FHC no governo Dutra.
Entreguista, anti-trabalhista e irrelevante. Fora do poder, Dutra se transformou no centro de articulação do golpe que fez Vargas sangrar.
Hoje, quem sangra é Fernando Henrique.

Em tempo 2:
Tentaram expulsar da UNIBAN a garota que “atacou” sozinha 700 estudantes com mini vestido. Graças ao Lula e não ao Serra, a direção voltou atrás...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O FAROL DE ALEXANDRIA

O Farol de Alexandria, vulgo Fernando Henrique Cardoso, subiu o tom. Rasgou a fantasia. Despiu-se do pudor que convém a ex-presidentes.

Agora, ou vai ou racha. Ou os holofotes da Imprensa Paulista Golpista + Globo se voltam para ele, ou desaparece.

O artigo que escreveu no Globo e no Estadão no dia 1º chama o Presidente Lula de golpista, peronista, portador de um autoritarismo populista (?) e, como sempre, o considera um desqualificado. Diz que Lula quer um “poder sem limites”. Ou seja, acusa Lula de querer ser ditador. Ele sempre fez isso, porque nunca teve a compostura de um ex-presidente da República. Sarney, Collor e Itamar respeitaram os sucessores. FHC jamais engoliu o sucesso de seu sucessor. Só que, neste domingo, depois que um aliado de José Serra decidiu jogá-lo ao mar, depois que Aécio deu um ultimato a seu rebento, FHC caminha para a irrelevância a passos largos. Para morrer atirando, o artigo ultrapassa as regras da etiqueta política.

As decisões de Lula são uma “enxurrada”, “esdrúxulas”, “sem sentido”. Lula criou “o maior espetáculo da Terra” (nome de um filme que, na juventude do FHC, tratava da vida num circo), governo “de riqueza fácil que beneficia poucos”. Lula comete “transgressões”. “Atropela” a lei e os “bons costumes”. Por que será ? Lula tem algum filho bastardo que não se conheça ? “Desvio” (de dinheiro ?). “Loucura”. “Apoteose verbal”. “Despautério”. Um estilo que “pouco tem a ver com nossos ideais democráticos”. Que dizer que Lula vai dar o Golpe ?

A partir daí, o Farol retoma a agenda da Imprensa Golpista de SP + Globo. Ou seja, as causas heróicas que movem as milícias de colunistas dessa imprensa. Ele defende o pré-sal para os clientes do escritório do Davizinho.

Morre de saudades da Petrobrax. Defende o Roger Agnelli e os tucanos que ele emprega na Vale. Que Lula não põe ninguém na cadeia (só falta dizer que o “Engavetador Geral da República” trabalha no Governo Lula…) Que Lula quer a Bomba Atômica para entrar no Conselho de Segurança. Aí, FHC é mais entreguista do que normalmente parece.

Como ele enterrou os planos de o Brasil ter vida nuclear autônoma, ao assinar um tratado de não proliferação, aqui, agora, o Farol quer jogar Lula na companhia do Irã, tornar o Brasil um “rogue State”, para que Lula não se sente no Conselho de Segurança da ONU.
Porque, nesse dia, FHC vai cortar os pulsos para valer …

O Farol diz que o PAC empacou. Diz que o Minha Casa Minha Vida não anda. Ou seja, repete a pauta dos editores paulistas + G.

Mas, tem uma novidade no pensamento do FHC. Sem dar crédito a Chico de Oliveira (da mesma maneira como tentou engolir o Enzo Falleto, que escreveu com ele sobre a “Dependência” irrevogável do Brasil aos Estados Unidos), o Farol tenta se apropriar da tese de que os fundos de pensão mandam no Brasil. Essa é uma outra discussão.
Porém, o Farol está interditado de falar sobre esse assunto. Ele entregou os fundos de pensão a Daniel Dantas, a quem chama de “brilhante”.

Como o de Alexandria, o Farol será destruído por um terremoto.

E ninguém verterá uma lágrima por ele.