segunda-feira, 26 de julho de 2010

DESIGUALDADE SOCIAL

Saiu na primeira página do Globo e na página 33, de sexta-feira: “Brasil tem o 3º. pior índice de desigualdade do mundo”, segundo a ONU.

A manchete do Globo é do tamanho de um outdoor. Tem o objetivo de desmoralizar o presidente Lula e a Dilma que instalaram as políticas sociais no centro de suas políticas.

É como se o Globo dissesse: eles são uns farsantes! Fazem o Bolsa Família para isso.

Se a Carolina Brígido, a repórter que leu os dados da ONU tivesse consultado a urubóloga Miriam Leitão, mesmo a urubóloga teria sido capaz de recomendar leituras complementares.

Por exemplo, os estudos do economista Ricardo Paes e Barros, do IPEA, que mostram:
1) que a renda dos pobres aumentou
2) a desigualdade diminuiu, SOBRETUDO NO GOVERNO LULA.
A urubóloga teria recomendado os estudos do profesor Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas. Foi ele, Neri, quem primeiro instalou na pauta da discussão a vertiginosa ascensão da Classe C. Em 1992, a classe média era um terço do total da renda brasileira.

Hoje, é mais de 50%.

Entre 2003 e 2008, 32 milhões de brasileiros, ou seja, metade da população da Franca, ingressou no conjunto das classes A, B e C. O principal fator dessa ascensão não foram os programas assistenciais, mas a renda do trabalho. Entre 2003 e 2009 foram criados 8 milhões de empregos com carteira assinada. Pode-se dizer também que essa é uma década da redução da desigualdade. Entre 2000 e 2008 a renda dos 10% mais pobres da população cresceu 72%. Ou seja, o crescimento da renda dos pobres no Brasil é um crescimento de tamanho chinês.A renda dos 10% mais ricos cresceu 11%.

Todo mundo cresceu. É uma bolha?Não, frisou Neri.

Esse processo já dura cinco anos: de 2003 a 2008 a renda do brasileiro cresce 7% ao ano. Ou seja, não é bolha porque a renda sobe por causa do trabalho e porque os brasileiros passaram a estudar mais. Trabalhar e estudar são coisas que ficam, não vão embora como uma bolha. A queda na desigualdade é inédita. No anos 60 o Brasil viveu o período mais desigual da sua história. O Brasil tinha a terceira pior distribuição de renda do mundo. Hoje é o décimo.

Quer dizer, é um país ainda muito desigual, mas se a desigualdade continuar a cair, será um país de desigualdade tolerável. O importante é que o Brasil cresce em baixo.

O crescimento econômico do Nordeste é igual ao da China.

E por que essa impressionante mobilidade vertical ?
Por causa do aumento real do salário mínimo.
Por causa do aumento do emprego.
Por causa da bancarização dos pobres.
Por causa do aumento da escolaridade.
Por causa do Bolsa Família.

O que impede que a renda se distribua mais rapidamente ? A Globo. A Globo é contra qualquer política de intervenção social, a começar pelo Bolsa Família. A Globo é contra o ProUni. A Globo é contra as cotas raciais. O Cardeal Ratzinger, o cérebro da Globo, Ali Kamel, é um especialista na matéria: ele é capaz de provar que as cotas raciais provocam desarranjo intestinal. A desigualdade não cai mais rápido por causa do PiG. E porque a elite brasileira – de que a Globo é o porta estandarte -, como diz o Mino Carta, é a pior do mundo.
Nisso, somos realmente campeões.



segunda-feira, 19 de julho de 2010

A ESQUERDA E O BRASIL

Atribui-se a um importante ex-ministro da ditadura militar a afirmação de que "melhor que um dia o PT ganhe, fracasse e aí vamos ter tranquilidade para dirigir o país". Independentemente de que ele continue a pensar isso hoje ou não, o certo é que fez muito bem para o Brasil o PT ter chegado ao governo através de Lula. Não fracassou, ao contrário, mostrou extraordinária capacidade para governar e reverter a tendência estrutural mais grave que o Brasil arrastava ao longo dos séculos - a injustiça, a desigualdade, a exclusão social, marca profunda da forma que nossa história havia assumido desde a colonização, passando pela escravidão, pelos governos oligárquicos, pela ditadura militar e pelo neoliberalismo.Ao contrário dos maus augúrios, foi construído o governo de maior credibilidade e apoio popular, de maior credibilidade internacional, de maior capacidade de dirigir o Estado brasileiro, protegendo a economia dos ataques especulativos, retomando o desenvolvimento econômico, no marco de um processo de distribuição de renda e de afirmação de direitos sociais, que nunca o Brasil havia conhecido, fortalecendo e não enfraquecendo a democracia.Para a esquerda, governar significa, antes de tudo, desnaturalizar as injustiças, sobrepor os direitos ao mercado, fazer do Estado instrumento das grandes maiorias tradicionalmente postergadas, afirmar nossa soberania no plano externo e fazer dela alavanca para a soberania no plano interno. É não aceitar a redução do Estado a instrumento do mercado, é não aceitar a subordinação do país aos interesses das grandes potências que sempre nos submeteram ao atraso e a marginalidade, é buscar dar voz aos setores populares e não aceitar que a "opinião pública" seja formada pelas elites econômicas.Ao governar, a esquerda não apenas não levou o Brasil à crise e a situações de insegurança e de instabilidade, como, ao contrário, soube conduzir o país frente a pior crise econômica internacional - que ainda afeta profundamente países do centro do capitalismo e os que, na periferia, seguiram subordinados ao comando das potências que geraram a crise. Soube acumular reservas que servem como colchão externo e interno frente a situações de crise. Soube combinar desenvolvimento com aumento de salários, sem colocar em risco a estabilidade monetária. Soube fortalecer o Estado, para consolidar sua presença democrática, conquistando mais legitimidade para o Estado brasileiro que qualquer outro governo anterior.O governo também faz bem à esquerda, recorda que seus objetivos dependem da construção de alternativas de governo da sociedade como um todo, da sua capacidade de construir blocos de forças com capacidade hegemônica na sociedade. Que as alianças tem que ser feitas para fortalecer os temas estratégicos do governo. Que tem que se governar para o conjunto do pais, com prioridade para os que representam as maiorias e sempre foram relegados. Que todo projeto vencedor, triunfa porque unifica a grande maioria, porque se transforma em projeto nacional, para ser hegemônico.Um país que parecia ser destinado a ser governado pelas elites minoritárias, que o produziram e reproduziram como o país mais injusto, mais desigual, do continente mais inujusto e desigual, de repente vê criar-se em seu seio uma sensibilidade majoritariamente progressista, que privilegia as políticas sociais e não o ajuste fiscal, um país justo e solidário e não egoísta e mercantil. Bom para a esquerda e bom para o Brasil.
Postado por Emir Sader

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Do blog Brasília, eu vi

Ao acusar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter transformado o Brasil em uma “república sindicalista”, José Serra optou por agregar a seu modelito eleitoral, definitivamente, o discurso udenista de origem, de forma literal, da maneira como foi concebido pelas elites brasileiras antes do golpe militar de 1964. Não deixa de ser curioso ouvir essa expressão, “república sindicalista”, vinda da boca de quem, naquele mesmo ano do golpe, colocava-se ao lado do presidente João Goulart contra os golpistas que se aninhavam nos quartéis com o mesmíssimo pretexto, levantado agora pelo candidato do PSDB, para amedrontar a classe média. Jango, dizia a UDN, macaqueavam os generais, havia feito do Brasil uma “república sindicalista”.

Ao se encarcerar nesse conceito político arcaico, preconceituoso e, sobretudo, falacioso, Serra completou o longo arco de aproximação com a extrema-direita brasileira, iniciado ao lado de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990. Um casamento celebrado sob as cinzas de seu passado e de sua história, um funeral político que começou a ser conduzido sob a nebulosa aliança de interesses privatistas e conveniências fisiológicas pelo PFL de Antonio Carlos Magalhães, hoje, DEM, de figuras menores, minúsculas, como o vice que lhe enfiaram goela abaixo, o deputado Índio “multa-esmolé” da Costa.

Pior que o conceito, só a audiência especialmente convidada, talvez os amigos que lhe restaram, artistas e intelectuais arrebanhados às pressas para ouvir de Serra seus planos para a cultura brasileira: Carlos Vereza, Rosa Maria Murtinho, Maitê Proença, Zelito Viana, Ferreira Gullar e Marcelo Madureira – este último, raro exemplar de humorista de direita, palestrante eventual do Instituto Millennium, a sociedade acadêmica da neo UDN. Faltou Regina Duarte, a apavoradinha do Brasil, ausente, talvez, por se sentir bem representada. Diante de tão seleta platéia, talvez porque lhe faltem idéias para o setor, Serra destilou fel puro contra as ações culturais do governo Lula, sobretudo aquelas levadas a cabo pela Petrobras, a mesma empresa que os tucanos um dia pretenderam privatizar com o nome de Petrobrax.

Animado com o discurso de Serra, o humorista Madureira saiu-se c om essa: “Quero que o Estado não se meta na cultura e no meu trabalho, como está acontecendo”. Madureira trabalha na TV Globo, no “Casseta & Planeta Urgente”. Como o Estado está se metendo no trabalho dele, ainda é um mistério para todos nós. Mas, a julgar pela falta de graça absoluta do programa em questão, eu imagino que deva ser uma ação do Ministério da Defesa.

O que José Serra não confessou a seus amigos artistas é que a “república sindicalista” saiu-lhe da boca por despeito e vingança, depois que as maiores centrais sindicais do país (CUT, CGT, CTB, CGTB, Força Sindical e Nova Central) divulgaram um manifesto conjunto no qual acusam o candidato tucano de mentiroso por tentar se apropriar da criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e por “tirar do papel”, seja lá o que isso signifique, o Seguro-Desemprego. “Serra não fez nenhuma coisa, nem outra”, esclareceram as centrais.

O manifesto também lembra que, na Assembléia Nacional Constituinte (1987-1988), o então deputado federal José Serra boicotou inúmeros avanços para os trabalhadores e o sindicalismo. Serra votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a garantia de aumento real do salário mínimo, a estabilidade do dirige nte sindical, o direito à greve, entre outras medidas.

Desmascarado, Serra partiu para a tese da “república sindicalista” e, apoiado em apenas uma central que lhe deu acolhida, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), chamou todas as outras de “pelegas” e as acusou de receber dinheiro do governo federal para fazer campanha para a candidata Dilma Rousseff, do PT. Baseado nesse marketing primário, ditado unicamente pelo desespero, Serra mal tem conseguido manter firmes seus badalados nervos de aço, que logo viram frangalhos quando defrontados por repórteres dispostos a fazer perguntas que lhe são politicamente inconvenientes, sejam os pedágios de São Paulo ( http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/07/07/video-fatal-jornalista-aperta-serra-sobre-pedagio-e-danca/ ), seja sua falta de popularidade no Nordeste. ( http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/07/14/video-serra-se-irrita-com-jornalista-no-maranhao/ )


Sem amigos e, ao que parece, sem assessores, Serra continua recorrendo ao tolo expediente de bater boca com os jornalistas. Continua, incrivelmente, a fugir das perguntas com outras perguntas, a construir na internet, nos blogs, no youtube e nas redes sociais virtuais uma imagem permanente de candidato à deriva, protagonista de vídeos muitíssimo mais divertidos que, por exemplo, as piadas insossas que seu companheiro de artes cômicas, Marcelo Madureira, insiste em contar na televisão.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

FOLHA DE SÃO PAULO

O jornal que emprestou seus caros para a Operação Bandeirantes, disfarçada de jornalistas, levar a cabo prisões arbitrárias, fuzilamentos sumários de detidos, conduzir os sobreviventes para tortura, para a desaparição, para a morte. O jornal que considerou a ditadura militar – o mais ditatorial dos regimes, de imposição do terror, o mais antidemocrático – como a salvação do país, pregou sua realização, saudou a ruptura da democracia e a deposição de um presidente legitimamente eleito pelos cidadãos, apoio a ditadura, ajudou a escondeu seus crimes e, mais recentemente, chamou-o de “ditabranda”.

O jornal que publicou uma ficha falsa da Dilma em manchete de primeira página de um domingo. Pego em flagrante, nunca corrigiu sua brutal manipulação.
Uma executiva do jornal declarou que, dada a fraqueza dos partidos da oposição, a imprensa assume o papel de partido da oposição. Isto é, o jornaleco virou boletim de um partido opositor, os jornalistas não são mais jornalistas, todos eles militantes desse partido opositor. A direção, que nunca foi eleita por ninguém, mas designada pela família, o Comitê Central desse partido. O seu diretor, escolhido por seu pai para sucedê-lo na direção da empresa familiar, presidente do partido. Suas pesquisas são pesquisas internas dos tucanos, feitas por encomenda e atendendo às penúrias do candidato-colunista do jornal, que passeia pela redação do jornal como pela sua casa, dá broncas no que não gosta, nomeia empregados, como a chefe da sucursal de Brasília, nomeada por ele, porque tucana e porque casada com publicitário (ex funcionário da Globo)que codirige a campanha derrotada em 2002 e agora em 2010.

Quem acredita nas pesquisas do Databranda? (ou Datafraude?) Quem compraria um jornal usado da família Frias? (tem resposta). Que lê o Diario Oficial dos Tucanos, com todos os editorais cheios de pluma tucana da página2?

O povo não é tonto. Com tudo o que eles dizem, apenas 3% aceitam seus argumentos e rejeitam Lula. Ou será 0%, na margem de erro?

A derrota de Serra e seu vice de ocasião é também a derrota da imprensa das oligarquias familiares, da imprensa mercantil, da imprensa mentirosa e manipuladora, a derrota dos Frias, dos Marinhos, dos Mesquitas, dos Civitas e dos seus associados regionais e internacionais.
Daí seu desespero, daí sua depressão, daí mentiras como essa pesquisa encomendada pelos tucanos e em que nem eles mesmos acreditam. Otávio Frias Filho (que ocupa o cargo por ser filho de Otávio Frias pai), seus parentes e militantes do seu partido, não conseguem mais ditabrandar em nome do país.

Em tempo: Porque D.Lily Marinho convidou Dilma para um jantar?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

PENSANDO BEM...

... Índio da Costa tem mesmo cacique para ser vice?

...os caciques tucanos levaram Dias para escolher um Índio.

Na mesa com o inimigo:

Álvaro Dias almoçou com o próprio Índio da Costa, que, entre uma garfada e outra, garfou seu lugar na chapa de Serra.

* * *

Eu e alguns amigos estamos debatendo democraticamente, via e-mail, sobre os principais candidatos a presidência. Uns contra, outros a favor de ambos ou dos três ou de nenhum, ou...

Mas...

Pensado bem...
...estamos tão preocupados com o histórico deles e as “propostas” que estamos esquecendo dos outros candidatos.
Outros candidatos?
Sim.
Candidatos a Deputados e ao Senado.

Lembrei que o Lula falou que é impossível governar sem apoio do Congresso. FHC também disse, assim como Itamar e Sarney.

Lembram da compra de votos para a re-eleição de FHC?
Do mensalão do PT?
Do PSDB mineiro?
Do DEM do Distrito Federal?
Da Assembléia do PR? Ops!!

Quem eram os atores?

Ora, ora.

Os DEPUTADOS e SENADORES.

Conclusão: Nossa maior decisão de futuro para o País não está na eleição do Presidente. Está em nossas mãos a escolha correta de Deputados e Senadores, para bem nos representar e fiscalizar. (utopia?)

Lembro bem do episódio da não reeleição do Deputado FEDERAL Colombo. Após tudo o que fez de bom para Medianeira região e eis que o povo o trai elegendo um deputado paraquedista que até processo de seqüestro está respondendo.

Devemos mudar o foco do debate ou pelo ampliar para os demais cargos que estaremos contratando (elegendo) em outubro.

Pergunto: Como você faz para contratar alguém para trabalhar na sua casa, na sua empresa? Faça o mesmo com os pedintes de votos. Pesquise, confira as referências, converse com amigos, vizinhos, etc. etc.

Em tempo: Porque as pesquisas Datafolha e Glopobe são tão parecidas para não dizer iguais?