segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

WIKILEAKS

O QUE UM GOVERNO SERRA FARIA COM O PRÉ-SAL?

WIKILEAKS VAZA ACERTO DO TUCANO COM PETROLEIRAS



"Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava...E nós mudaremos de volta...Voces vão e voltam..." (José Serra à representante da multinacional Chevron, Patricia Pradal, também dirigente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP),o sindicato das petroleiras internacionais no país, a quem o tucano dá sua garantia de que, vitorioso nas eleições presidenciais de 2010, reverteria a regulação soberana do pré-sal para entregar as jazidas aos mercados:' voces vão e volta...' (Telegrama diplomático de dezembro de 2009, divulgado pelo WikiLeaks.
O diálogo de Serra com as petroleiras foi omitido pelo jornal O Globo na edição desta 2º feira. O vazamento foi divulgado pela Folha. Mas o diário da família Frias, sempre zeloso com o tucano, ouviu o 'outro lado', mas não providenciou a investigação óbvia: quanto as petroleiras multinacionais doaram à campanha demotucana? A 'barriga' certamente não ocorreria em trama correlata que envolvesse um político de esquerda. Carta Maior, 13-12)



OS INTERESSES ASSOCIADOS A SERRA

"...são interesses que gostariam de enfraquecer, se possível, até quebrar a Petrobras para assumir o controle das maiores reservas de petróleo descobertas no planeta nas últimas três décadas" (Adilson de Oliveira, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em economia do desenvolvimento; entrevista a Carta Maior em 07-10-2010)



(Carta Maior; Segunda-feira; 13/12/2010)

sábado, 4 de dezembro de 2010

MST

Na homenagem que a Câmara dos Deputados prestou a João Pedro Stédile, esta semana, conferindo-lhe a Medalha de Mérito Legislativo "por seus serviços prestados para a sociedade", algumas vaias tentaram tirar o efeito dos aplausos entusiasmados que ele recebeu. Para quem acompanha o trabalho desse líder do MST, a trajetória dedicada, corajosa e perseverante que tem marcado sua luta em favor das/os trabalhadoras/es sem terra e à causa da reforma agrária, não é difícil identificar de quem partiu a grosseria e os motivos que a inspiraram.

A oposição que os latifundiários do país movem contra tudo o que possa afetar seus privilégios, acomodada historicamente fortemente na bancada ruralista do Congresso Nacional, não podia aceitar uma honraria como essa, que reconhece na pessoa do João Pedro tudo aquilo que serve de resposta e contestação à concentração desumana da propriedade da terra, por eles promovida, a um produtivismo que não se importa de matá-la, à sujeição estúpida desse bem de vida, reduzido à simples mercadoria, cujos frutos devem ser abortados se não derem bom lucro, ainda que isso custe a fome de milhões.

Foi uma vaia, portanto, que tentou abafar o ruído daquelas verdades ocultas pelo poder da grande propriedade rural, como a da conquista indiscriminada do nosso território, em conluio com transnacionais dedicadas à exploração agrícola, à venda de venenos, à fraude dos registros públicos, à manipulação das leis em benefício próprio, ainda que isso custe a violação dos nossos direitos sobre as áreas de fronteira, dos nossos mananciais, da segurança de posse das/os quilombolas e das/os índias/os.

Foi uma vaia ao discernimento crítico oportuno e necessário capaz de identificar todos aqueles fatores de injustiça social que estão acoplados a megaprojetos agroexportadores. Esses não distinguem a diferença fundamental que caracteriza um direito de propriedade, mesmo quando esse respeita só minimamente a sua função social, aquela que identifica a relação-pertença entre o dono e o seu bem, mas não esquece a relação-destino desse mesmo bem, a qual não pode ser garantida em prejuízo alheio. A pretexto de aumentar nossas divisas, esse tipo de exploração da terra não hesita em levar consigo a floresta, a água, a fauna e a flora que a natureza nos deu de graça.

Foi uma vaia partida dos abusos e dos tradicionais desvios de direito, de que não estão excluídos nenhum dos Poderes Públicos, sempre que sacrificam as/os sem-terra, sob a justifitiva de que, em defesa deles próprios (!?) a lei tem que ser respeitada, mesmo que isso custe a sua morte, como aconteceu o ano passado, em São Gabriel, com o assassinato do sem-terra Elton Brum da Silva.

Foi uma vaia partida de quem não se envergonha de obstruir qualquer tentativa do Executivo, ou do Congresso Nacional, de imporem a revisão dos índices de produtividade das terras do país, coisa defasada há décadas, nem de permitir a tramitação de qualquer projeto de lei tendente a punir a exploração do trabalho escravo. Se os meios para esconder essa sujeira exigir despistes do tipo criação de CPMIS contra as/os sem-terra, presença diária na mídia para a sua criminalização, nenhum escrúpulo seja considerado suficiente para impedi-los.

Foi uma vaia à justa indignação de que estão possuídas/os as/os brasileiras/os empenhadas em apoiar as reivindicações dos direitos humanos fundamentais do povo pobre do nosso país, em sindicatos, ONGs, Igrejas, espaços políticos alternativos onde ele ao menos é ouvido contra o coronelismo armado de jagunços, de manobras de bastidores empreendidas em Bancos, em órgãos Públicos, em “tenebrosas transações” como diz Chico Buarque.

Foi uma vaia, enfim, de vendilhões, bem como o daqueles que Jesus Cristo expulsou a relho de dentro do templo. Hoje, o templo da cidadania e da dignidade humana, que deveria estar sendo venerado reciprocamente, por todas/os brasileiras/os, a ponto de erradicar a pobreza, como diz a nossa Constituição Federal e recomenda o mais elementar princípio de bom senso, não alcança ser reconhecido por aquela gente que vaiou o João Pedro. Não poderia haver prova melhor, portanto, de que a homenagem que ele recebeu se justificou e foi mais do que merecida.

Emir Sader



sábado, 6 de novembro de 2010

CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE

Esse é o lema predominante no capitalismo contemporâneo. Universalizado a partir da Europa ocidental, o capitalismo desqualificou a todas outras civilizações como ‘bárbaras”. A ponto que, como denuncia em um livro fundamental, Orientalismo, Edward Said, o Ocidente forjou uma noção de Oriente, que amalgama tudo o que não é Ocidente: mundo árabe, japonês, chinês, indiano, africano, etc. etc. Fizeram Ocidente sinônimo de civilização e Oriente, o resto, idêntico a barbárie.
No cinema, na literatura, nos discursos, civilização é identificada com a civilização da Europa ocidental – a que se acrescentou a dos EUA posteriormente. Brancos, cristãos, anglo-saxões, protestantes – sinônimo de civilizados. Foram o eixo da colonização da periferia, a quem queriam trazer sua “civilização”. Foram colonizadores e imperialistas.Os EUA se encarregaram de globalizar a visão racista do mundo, através de Hollywood. Os filmes de far west contavam como gesto de civilização as campanhas de extermínio das populações nativas nos EUA, em que o cow boy era chamado de “mocinho” e, automaticamente, os indígenas eram “bandidos, gestos que tiveram em John Wayne o “americano indômito”, na realidade a expressão do massacre das populações originárias.
Os filmes de guerra foram sempre contra outras etnias: asiáticos, árabes, negros, latinos. O país que protagonizou o mais massacre do século passado – a Alemanha nazista -, com o holocausto de judeus, comunistas, ciganos, foi sempre poupada pelos nortemamericanos, porque são iguais a eles – brancos, anglo-saxões, capitalistas, protestantes. O único grande filme sobre o nazismo foi feito pelo britânico Charles Chaplin – O grande ditador -, que teve que sair dos EUA antes mesmo do filme estrear, pelo clima insuportável que criaram contra ele.Os países que supostamente encarnavam a “civilização” se engalfinharam nas duas guerras mundiais do século XX, pela repartição das colônias – do mundo bárbaro – entre si, em selvagens guerras interimperialistas.
Essa ideologia foi importada pela direita paulista, aquela que se expressou no “A questão social é questão de polícia”, do Washington Luis – como o FHC, carioca importado pela elite paulista -, derrubada pelo Getúlio e que passou a representar o anti-getulismo na politica brasileira. Tentaram retomar o poder em 1932 – como bem caracterizou o Lula, nada de revolução, um golpe, uma tentativa de contrarrevolução -, perderam e foram sucessivamente derrotados nas eleições de 1945, 1950, 1955. Quando ganharam, foi apelando para uma figura caricata de moralista, Jânio, que não durou meses na presidência.
Aí apelaram aos militares, para implantar sua civilização ao resto do país, a ferro e fogo. Foi o governo por excelência dessa elite. Paz sem povo – como o Serra prometia no campo: paz sem o MST.
Veio a redemocratização e essa direita se travestiu de neoliberal, de apologista da civilização do mercado, aquela em que, quem tem dinheiro tem acesso a bens, quem não tem, fica excluído. O reino do direito contra os direitos para todos.Essa elite paulista nunca digeriu Getúlio, os direitos dos trabalhadores e seus sindicatos, se considerava a locomotiva do país, que arrastava vagões preguiçosos – como era a ideologia de 1932. Os trabalhadores nordestinos, expulsados dos seus estados pelo domínio dos latifundiários e dos coronéis, foi para construir a riqueza de São Paulo. Humilhados e ofendidos, aqueles “cabeças chatas” foram os heróis do progresso da industrialização paulista. Mas foram sempre discriminados, ridicularizados, excluídos, marginalizados.
Essa “raça” inferior a que aludiu Jorge Bornhausen, são os pobres, os negros, os nordestinos, os indígenas, como na Europa “civilizada” são os trabalhadores imigrantes. Massa que quando fica subordinada a eles, é explorada brutalmente, tornava invisível socialmente.
Mas quando se revela, elege e reelege seus lideres, se liberta dos coronéis, conquista direitos, com o avança da democratização – ai são diabolizadas, espezinhadas, tornadas culpadas pela derrota das elites brancas. Como agora, quando a candidatura da elite supostamente civilizada apelou para as explorações mais obscurantistas, para tentar recuperar o governo, que o povo tomou das suas mãos e entregou para lideres populares.
É que eles são a barbárie. São os que chegaram a estas terras jorrando sangue mediante a exploração das nossas riquezas, a escravidão e o extermínio das populações indígenas. Civilizados são os que governam para todos, que buscam convencer as pessoas com argumentos e propostas, que garantem os direitos de todos, que praticam a democracia. São os que estão construindo uma democracia com alma social – que o Brasil nunca tinha tido nas mãos desses supostos defensores da civilização.
Emir Sader

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O dinheiro sumiu! Cadê o dinheiro!

Extraído do site da CartaCapital:

Auditoria comprova sumiço de recursos federais em SP

Por Leandro Fortes

Quando assumir, pela terceira vez, o governo do estado de São Paulo em 1º de janeiro de 2011, o tucano Geraldo Alckmin terá que prestar contas de um sumiço milionário de recursos federais do Ministério da Saúde dimensionado, em março passado, pelo Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus). O dinheiro, quase 400 milhões de reais, deveria ter sido usado para garantir remédios de graça para 40 milhões de cidadãos, mas desapareceu na contabilidade dos governos do PSDB nos últimos 10 anos. Por recomendação dos auditores, com base na lei, o governo paulista terá que explicar onde foram parar essas verbas do SUS e, em seguida, ressarcir a União pelo prejuízo.
O relatório do Denasus foi feito a partir de auditorias realizadas em 21 estados. Na contabilidade que vai de janeiro de 1999 e junho de 2009. Por insuficiência de técnicos, restam ainda seis estados a serem auditados. O número de auditores-farmacêuticos do País, os únicos credenciados para esse tipo de fiscalização, não chega a 20. Nesse caso, eles focaram apenas a área de Assistência Farmacêutica Básica, uma das de maior impacto social do SUS. A auditoria foi pedida pelo Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), ligado à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, para verificar denúncias de desvios de repasses de recursos do SUS para compra e distribuição de medicamentos nos sistemas estaduais de saúde.
O caso de São Paulo não tem parâmetro em nenhuma das demais 20 unidades da federação analisadas pelo Denasus até março de 2010, data de fechamento do relatório final. Depois de vasculhar todas as nuances do modelo de gestão de saúde estadual no setor de medicamentos, os analistas demoraram 10 meses para fechar o texto. No fim das contas, os auditores conseguiram construir um retrato bem acabado do modo tucano de gerenciar a saúde pública, inclusive durante o mandato de José Serra, candidato do PSDB à presidência. No todo, o período analisado atinge os governos de Mário Covas (primeiro ano do segundo mandato, até ele falecer, em março de 2001); dois governos de Geraldo Alckmin (de março de 2001 a março de 2006, quando ele renunciou para ser candidato a presidente); o breve período de Cláudio Lembo, do DEM (até janeiro de 2007); e a gestão de Serra, até março de 2010, um mês antes de ele renunciar para disputar a eleição.
Ao se debruçarem sobre as contas da Secretaria Estadual de Saúde, os auditores descobriram um rombo formidável no setor de medicamentos: 350 milhões de reais repassados pelo SUS para o programa de assistência farmacêutica básica no estado simplesmente desapareceram. O dinheiro deveria ter sido usado para garantir aos usuários potenciais do SUS acesso gratuito a remédios, sobretudo os mais caros, destinados a tratamentos de doenças crônicas e terminais. É um buraco e tanto, mas não é o único.
A avaliação dos auditores detectou, ainda, uma malandragem contábil que permitiu ao governo paulista internalizar 44 milhões de reais do SUS nas contas como se fossem recursos estaduais. Ou seja, pegaram dinheiro repassado pelo governo federal para comprar remédios e misturaram com as receitas estaduais numa conta única da Secretaria de Fazenda, de forma ilegal. A Constituição Federal determina que para gerenciar dinheiro do SUS os estados abram uma conta específica, de movimentação transparente e facilmente auditável, de modo a garantir a plena fiscalização do Ministério da Saúde e da sociedade. Em São Paulo essa regra não foi seguida. O Denasus constatou que os recursos federais do SUS continuam movimentados na Conta Única do Estado. Os valores são transferidos imediatamente depois de depositados pelo ministério e pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), por meio de Transferência Eletrônica de Dados (TED).
Em fevereiro, reportagem de CartaCapital demonstrou que em três dos mais desenvolvidos estados do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos governados pelo PSDB, e no Distrito Federal, durante a gestão do DEM, os recursos do SUS foram, ao longo dos últimos quatro anos, aplicados no mercado financeiro. O fato foi constatado pelo Denasus após um processo de auditoria em todas as 27 unidades da federação. Trata-se de manobra contábil ilegal para incrementar programas estaduais de choque de gestão, como manda a cartilha liberal seguida pelos tucanos e reforçada, agora, na campanha presidencial. Ao todo, de acordo com os auditores, o prejuízo gerado aos sistemas de saúde desses estados passava, à época, de 6,5 bilhões de reais, dos quais mais de 1 bilhão de reais apenas em São Paulo.
Ao analisar as contas paulistas, o Denasus descobriu que somente entre 2006 e 2009, nos governos de Alckmin e Serra, dos 77,8 milhões de reais do SUS aplicados no mercado financeiro paulista, 39,1 milhões deveriam ter sido destinados para programas de assistência farmacêutica – cerca de 11% do montante apurado, agora, apenas no setor de medicamentos, pelos auditores do Denasus. Além do dinheiro de remédios para pacientes pobres, a primeira auditoria descobriu outros desvios de dinheiro para aplicação no mercado financeiro: 12,2 milhões dos programas de gestão, 15,7 da vigilância epidemiológica, 7,7 milhões do combate a DST/Aids e 4,3 milhões da vigilância epidemiológica.
A análise ano a ano dos auditores demonstra ainda uma prática sistemática de utilização de remédios em desacordo com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) estabelecida pelo Ministério da Saúde, atualizada anualmente. A lista engloba medicamentos usados nas doenças mais comuns pelos brasileiros, entre os quais antibióticos, antiinflamatórios, antiácidos e remédios para dor de cabeça. Entre 2006 e 2008, por exemplo, dos 178 medicamentos indicados por um acordo entre a Secretaria de Saúde de São Paulo e o programa de Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde, 37 (20,7%) não atendiam à lista da Rename.
Além disso, o Denasus constatou outra falha. Em 2008, durante o governo Serra, 11,8 milhões do Fundo Nacional de Saúde repassados à Secretaria de Saúde de São Paulo para a compra de remédios foram contabilizados como “contrapartida estadual” no acordo de Assistência Farmacêutica Básica. Ou seja, o governo paulista, depois de jogar o recurso federal na vala comum da Conta Única do Estado, contabilizou o dinheiro como oriundo de receitas estaduais, e não como recurso recebido dos cofres da União.
Apenas em maio, dois meses depois de terminada a auditoria do Denasus, a Secretaria Estadual de Saúde resolveu se manifestar oficialmente sobre os itens detectados pelos auditores. Ao todo, o secretário Luís Roberto Barradas Barata, apontado como responsável direto pelas irregularidades por que era o gestor do sistema, encaminhou 19 justificativas ao Denasus, mas nenhuma delas foi acatada. “Não houve alteração no entendimento inicial da equipe, ficando, portanto, mantidas todas as constatações registradas no relatório final”, escreveram, na conclusão do trabalho, os auditores-farmacêuticos.
Barata faleceu em 17 de julho passado, dois meses depois de o Denasus invalidar as justificativas enviadas por ele. Por essa razão, a discussão entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo sobre o sumiço dos 400 milhões de reais devidos ao programa de Assistência Farmacêutica Básica vai ser retomada somente no próximo ano, de forma institucional.

domingo, 24 de outubro de 2010

Os riscos na reta final.

Pesquisas internas do PT – avisa-me um colega muito bem informado - mostram que a diferença entre Dilma e Serra segue a se alargar: nesse fim-de-semana, em votos válidos, o resultado é Dilma 57% x Serra 43%.
Desde o debate na “Band” – quando partiu para o confronto, e mudou a pauta do segundo turno – a tendência tem sido essa. O que aparece nas pesquisas Ibope, DataFolha e Vox Populi da última semana - que apontam vantagem entre 10 s 12 pontos para Dilma. Só o Sensus trouxe um levantamento diferente, com vantagem de 5 pontos.
A última capa da “Veja” – que muitos viam como ameaça para Dilma – foi apenas mais um factóide, sem importância, que não para em pé. Além disso, nas bancas de todo o país, estará exposta ao lado da “Istoé” e da “CartaCapital” – que trazem capas desfavoráveis a Serra. Nese terreno, o jogo está empatado. O progama de TV de Dilma segue melhor.
Então, qual seria a aposta de Serra para virar o jogo? Como sempre, a aposta está nas sombras.
Escrevi há alguns dias um texto sobre as “Cinco Ondas” da campanha negativa contra Dilma. O texto está aqui. O desdobramento final dessa campanha de medo e boatos (ou seja, a ”Quinta Onda”) seria ”mostrar” ao eleitor que a “Dilma terrorista” e o “PT contra as liberdades” não são apenas boatos. A Quinta Onda, pra dar resultado, precisa gerar fatos. Não pode viver só de boatos.
Serra parece ter chegado à Quinta Onda, com o factóide da bolinha de papel em Campo Grande. Caiu no ridículo, é verdade. Mas a mensagem que interessa a ele segue no ar (especialmente na Globo): “os petistas agridem, são violentos”.
Por isso, o grande risco dessa reta final é a criação de um factóide de maior gravidade: temo muito pelo que possa acontecer no Rio nesse domingo, com passeatas do PT e PSDB marcadas para o mesmo dia (felizmente, o PT mandou cancelar qualquer atividade na zona sul, onde os tucanos vão marchar).
Serra precisa de tumulto, de militantes tucanos feridos. Ou até de uma agressão mais grave contra ele mesmo. Imaginem só, entrar na última semana de eleição com essa pauta: “PT violento”, “a turma da Dilma é terrorista”. Imaginem Serra com um curativo na cabeça no debate da Globo!
A emissora dirigida por Ali Kamel já mostrou que não terá limites na tarefa de reverberar a onda serrista – seja ela qual for.
Serra quer criar tumulto. Serra precisa do tumulto. Só o tumulto salva Serra.
Não é por outro motivo que o vice dele, Indio da Costa, encomendou uma pesquisa ao grupo GPP – como nos alertou o Renato Rovai em seu blog. Normalmente, partidos e politicos encomendam pesquisas não para divulgá-las, mas para uso interno – para ajudar a traçar estratégias de campanha. Essa pesquisa do Indio é diferente, foi registrada no TSE. Ou seja, ele contratou a pesquisa para divulgar na reta final.
Por que? Qual a lógica?
Evidentemente, para provocar dúvida, confusão, para arrancar – na marra – um resultado que seja mais favorável aos demo-tucanos.
Pesquisas contraditórias na reta final seriam um ingrediente perfeito para quem – desde o começo – apostou numa linha “Bush” de campanha. Lembremos que Bush ganhou a primeira eleição (contra Al Gore) na base da confusão, com o tapetão na Flórida.
Humildemente, acho que a campanha de Dilma deveria ficar atenta para esse tripé: tumultos forjados/pesquisas estranhas/urnas eletrônicas. É o que resta para os adversários. E o trio Serra-Indio-Globo já mostrou nessa campanha que não tem limites.
Por isso, apesar do amplo favoritismo de Dilma, sigo a afirmar: é preciso estar preparado para qualquer coisa na última semana da eleição.

By Escrevinhador

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

AECIO NAO VOTA EM SERRA

O Golpe da Folha (*) não durou 24 horas.

A advogada do Eduardo Jorge vazou para a Folha (*) o que interessava ao Serra, da forma que melhor coubesse no horário eleitoral do Serra.

Não deu certo.

O jeito vai ser apelar para o Rojas.

É provável que o Serra apareça no debate da Record com a cabeça enfaixada.Ficará mais parecido com um Frankenstein.

A Golpe da Folha deu com os burros n’água.

Em poucas horas se provou que o Amaury – com dados obtidos de forma legal ou ilegal, está por provar-se – trabalhava para o Aécio.

Para “proteger” o Aécio do Serra.

E se provou que o Serra é fiel, pelo menos aos habitantes da vala negra.

Por exemplo, ao Marcelo Lunus Itagiba. Foi buscar no ostracismo um velho Fouchet de um Napoleão de hospício.

Nem Dilma, com toda sua agora descoberta habilidade.

Nem a raposa velha Luís Inácio Lula da Silva, que descobriu, no fim do mandato, a virtude de enfrentar a Globo – clique aqui para ler “Lula passa um pito no Eduardo: pare de bajular a Globo”.

Daqui a pouco, estaremos todos livres do Galvão, do Cleber Machado e seus 2.908 analistas de tabela.(Como é que a Globo consegue pagar salário a tanto analista de tabela ?)A Globo não tem mais a exclusividade do Brasileirão.

Mauricio Dias já tinha dito que Aécio vai sair do PSDB e deixar a UDN de São Paulo com o Serra, o Fernando Henrique, o Aloysio e o Paulo Preto.Como é que o Aécio pode viver num partido em que seu principal “aliado” prepara um dossiê contra ele ?

É que o Aécio, atrás das montanhas de Minas, não viu o que o Serra já fez com o Paulo Renato e com o Tasso – aliados e também objeto de dossiês do Serra.

O Serra, se preciso for – diz o Ciro – passa com um trator por cima da cabeça da mãe.

Ele foi capaz de engordar o tema do aborto, mesmo que a mulher tivesse feito um aborto no Chile - conforme depoimento indesmentido de uma ex-aluna da D Monica Serra.Acabou-se Minas para o Serra.

Na ânsia de ajudar o editorialista e colonista (**), o Otavinho estrepou o Serra.

Provou que o Aécio não pede um voto para ele.

E que os dois – como é do conhecimento do mundo mineral – se odeiam.

Como disse o Lula, na festa da Carta Capital: “Mino, eles sabem, todo mundo sabe … são uns hi-pó-cri-tas !”.

Clique aqui para votar na trepidante enquete “Quem é amigo de quem”.

Paulo Henrique Amorim

CASAL 45

O jn, como previsto, pegou leve com o Serra.

Foram perguntas do gênero “qual sua opinião ?”.

No item “aborto”, o Casal 45 deu ao Serra espaço para tentar incriminar a Dilma, pela enésima vez.

E não fez nenhuma pergunta sobre o aborto da Monica Serra, segundo testemunho de uma ex-aluna.

Serra disse duas vezes que é contra o aborto – menos, provavelmente o da mulher dele.

Como diz o Conversa Afiada, que acredita mais na ex-aluna Sheila Ribeira do que na nota oficial do PSDB: Serra é contra o aborto no Brasil, mas no Chile pode.

O mais interessante é que o Serra transformou o Casal 45 numa dupla de parvos simpáticos.

Parvos, mas simpáticos.

O Serra redefiniu a arte milenar da Caixa Dois.

Sabe-se, desde a construção da pirâmide do Faraó Quéops do Egito, que Caixa Dois não tem recibo.

Porém, no DERSA do Aloysio, do Serra e do Paulo Preto, tinha.

Funcionava assim.

O Empreiteiro do Robanel dava uma grana ao Paulo Preto.

O Paulo Preto emitia um recibo com papel carbono.

Uma cópia ia para o empreiteiro, uma cópia para o Serra, e outra para o Paulo Preto.

De posse do recibo, o Serra ia ao Tribunal Regional Eleitoral e registrava a doação do empreiteiro honesto do Robanel.

Caso o dinheiro declarado no TRE não aparecesse, no valor do recibo de pose do Serra, travava-se um edificante diálogo.

O Serra telefonaria para o empreiteiro e perguntava:

- Ô meu ! Cadê a minha grana para pagar o Gonzalez ? Tá aqui no recibo. Eu declarei ao TRE e esse dinheiro era para ter entrado ONTEM !

- Eu não, meu, não tenho nada a ver com isso !, esbravejaria o empreiteiro honesto. Eu entreguei a grana ao Paulo Preto. Tô com o recibo dele aqui comigo.

Como não entrou dinheiro, não houve recibo, logo, não houve Caixa Dois.

O Serra nem precisou ligar para o empreiteiro.

Para isso os tucanos criaram Caixa Dois com recibo !

Eles são uns jenios !

Assim que funcionava o DERSA do Paulo Preto, do Aloysio e do Serra.

Imune à corrupção.

Foi o que ele disse ao jn: eu não senti falta da grana do empreiteiro honesto.

Logo, a grana não sumiu !

Sensacional !

E o Casal 45 achou a explicação ótima !


PHA

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

GUERRA SUJA NA ELEIÇÃO

Corre solta na internet uma guerra – e, como toda guerra, sem qualquer ética – de manipulação da informação, agora tendo como aliados partidos de oposição e os setores mais retrógrados das igrejas católica e evangélica, incluindo velhas e conhecidas organizações como o Opus Dei e a TFP.

As campanhas eleitorais têm servido para revelar, de forma inequívoca, qual a ética empresarial e jornalística que predomina na grande mídia brasileira.

Os episódios recentes relacionados à demissão de conceituada articulista do Estado de S.Paulo, assim como a ação da Folha de S.Paulo, que obteve na Justiça liminar para retirada do ar do blog de humor crítico Falha de S.Paulo, são apenas mais duas evidências recentes de que esses jornalões adotam, empresarialmente e dentro de suas redações, práticas muito diferentes daquelas que alardeiam em público.

Como se sabe, o Estadão é o jornal que afirma diariamente estar sofrendo “censura” judicial, há vários meses.

Tratei do tema neste Observatório quando da demissão do jornalista Felipe Milanez, editor da revista National Geographic Brasil, publicada pela Editora Abril, por ter criticado, via Twitter, a revista Veja (ver
“Hipocrisia Geral: Liberdade de expressão para quem?”).

Corre solta também, na internet, uma guerra – e, como toda guerra, sem qualquer ética – de manipulação da informação, agora tendo como aliados partidos de oposição e os setores mais retrógrados das igrejas católica e evangélica, incluindo velhas e conhecidas organizações como o Opus Dei e a TFP.

Ademais, uma série de panfletos anônimos sobre candidatos e partidos, de conteúdo mentiroso e manipulador, tem aparecido e circulado em diferentes pontos do país, aparentemente de forma articulada.

Estamos chegando ao “primeiro mundo”. Repetem-se aqui as estratégias políticas obscuras que já vem sendo utilizadas pelos radicais conservadores ligados – direta ou indiretamente – à extrema direita do Partido Republicano – o “Tea Party” – e também pela chamada “Christian Right”, nos Estados Unidos.

A bandeira da liberdade de expressão equacionada, sem mais, com a liberdade de imprensa, não passa de hipocrisia.

Começou com o PNDH3A atual onda, que acabou por deslocar o eixo da agenda pública da campanha eleitoral e da propaganda política no rádio e na televisão para uma questão de foro íntimo e religioso, teve seu início na violenta reação ao Programa Nacional de Direitos Humanos 3 (PNDH-3), capitaneada pela grande mídia. Na época, escrevi: “O curto período de menos de cinco meses compreendido entre 21 de dezembro de 2009 e 12 de maio de 2010 foi suficiente para que as forças políticas que, de fato, há décadas, exercem influência determinante sobre as decisões do Estado no Brasil, conseguissem que o governo recuasse em todos os pontos de seu interesse contidos na terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos (Decreto n. 7.037/2009). Refiro-me, por óbvio aos militares, aos ruralistas, à Igreja Católica e, sobretudo, à grande mídia.” ["
A grande mídia vence mais uma", 15/5/2010].

São essas forças políticas – com seus paradoxos e contradições – que agora se unem novamente para tentar influir no resultado das eleições presidenciais de 2010, valendo-se da “ética” de que “os fins justificam os meios”.

Lições:
A essa altura, já podem ser observadas algumas lições sobre a mídia e suas responsabilidades no processo político de uma democracia representativa liberal como a nossa:

1. Não é apenas a grande mídia que tem o poder de pautar a agenda do debate público. A experiência atual demonstra que, em períodos eleitorais, essa agenda pode ser pautada “de fora” quando há convergência de interesses entre forças políticas dominantes. Elas se utilizam de seus próprios recursos de comunicação (incluindo redes de rádio e televisão), redes sociais (p. ex. Twitter) e correntes de e-mail na internet. A grande mídia, por óbvio, adere e abraça a nova agenda por ser de seu interesse.

2. Fica cada vez mais clara a necessidade do cumprimento do “princípio da complementaridade” entre os sistemas de radiodifusão (artigo 223 da Constituição). Seria extremamente salutar para a democracia brasileira que o sistema público de mídia se consolidasse e funcionasse, de fato, como uma alternativa complementar ao sistema privado.

3. Independente de qual dos candidatos vença o segundo turno das eleições presidenciais, a regulação do setor de comunicações será inescapável. Não dá mais para fingir que o Brasil é a única democracia do planeta onde os grupos de mídia devem prosseguir sem a existência de um marco regulatório.

4. O artigo 19 da Constituição reza: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na formada lei, a colaboração de interesse público.
Apesar de ser, portanto, claro o caráter laico do Estado brasileiro, na vida real estamos longe, muito longe, disso.

5. Estamos também ainda longe, muito longe, do ideal teórico da democracia representativa liberal onde a mídia plural deveria ser a mediadora equilibrada do debate público, representando a diversidade de opiniões existentes no “mercado livre de idéias”. Doce ilusão.

By Venicio de Lima


Em tempo: "Se o Serra fosse o presidente do Chile, os mineiros iam ter que pagar pedágio pra sair do buraco."

domingo, 10 de outubro de 2010

DOIS BRASIS

O Brasil é um só, mas disputado por dois projetos antagônicos.
Um é o da paralisia econômica, do gigantesco endividamento interno, das dívidas e da submissão ao FMI. O Brasil que foi quebrado três vezes durante o governo FHC-Serra – em 1995, 1997 e 1998 – e quase levaram o país à falência, deixando uma recessão prolongada que só foi superada no governo Lula. O Brasil da carga tributária que subiu de 27 a 35%, dos apagões e do sucateamento da infraestrutura. Aquele Brasil da privataria, que torrou nossas empresas públicas por 100 bilhões de dólares e ainda assim dobrou o endividamento público. O Brasil que mudou o nome da Petrobras para Petrobax, como caminho para privatizá-la e que tem os olhos postos no Pré-Sal, para oferecê-lo às grandes empresas privadas internacionais. É o Brazil do FHC e do Serra, da velha mídia, vinculada aos grandes interesses privados, que tinham se acostumado a dispor do Estado brasileiro a seu bel prazer.
Um Brasil que incrementou a desigualdade, desmontou o Estado, perseguiu os servidores públicos, se submeteu subservientemente aos EUA na política externa. Fez com que a maioria dos trabalhadores brasileiros ficassem submetido à total precariedade, sem carteira nem contrato de trabalho. Um Brasil do colapso das universidades públicas e da proibição da criação de escolas técnicas.

O outro Brasil é o que começou a despontar a partir das ruínas herdadas do governo FHC-Serra. Um Brasil que montou um modelo econômico de desenvolvimento com distribuição de renda. Um Brasil que remontou o Estado e sua capacidade de induzir a expansão econômica e garantir os direitos sociais. Um Brasil que tornou funcionais e virtuosos o crescimento e a distribuição de renda.Um Brasil do bem, que elevou a auto-estima dos brasileiros, quando os governantes anteriores – Collor, FHC – só jogavam o país e os brasileiros para baixo. Tirou milhões de brasileiros da miséria, propiciando o acesso a bens básicos a grande parte dos brasileiros, excluídos pelas políticas de mercado.

Serra é da Corrente do Mal, que só destrói, que criou três crises durante o governo FHC, que quase destruiu o Brasil e agora quer quer brecar o caminho pelo qual o Brasil avança.Lula e Dilma são os responsáveis principais por essa estratégia. A derrota da direita e a eleição da Dilma gera as melhores condições para que avancemos no caminho da construção de um Brasil justo, solidário e soberano.
Postado por Emir

Lula+Dilma x FHC+Serra

O tema central das eleições deste ano, protagonizado pelos dois blocos de forças que têm ocupado o campo político, remete a dois projetos de país. Um, posto em prática quando os tucanos-demistas tiveram dois mandatos e o apoio total do grande empresariado, do capital internacional e da velha mídia, para realizar o governo que lhes parecia o melhor para o Brasil. O outro, realizado nestes oito anos, pelo governo Lula, que conta com o maior apoio popular que qualquer governo chegou a ter e a maior hostilidade da velha mídia.

Depois de esconder FHC e seu governo, parece que a oposição se arriscará a aceitar a comparação dos anos tucanos com os anos petistas. Inicialmente os tucanos criticavam o governo Lula e suas políticas sociais como “esmolas” que compravam a consciência dos mais pobres. Quando se deram conta – especialmente depois da derrota em 2006, quando acreditavam que tinha o governo Lula contra as cordas – que a realidade social do país tinha mudado, passaram à cantilena de que os aspectos positivos do governo Lula tinham sido conquistados por eles: tanto a política econômica, como a social – esta supostamente iniciada por Ruth Cardoso. Nunca se atreveram a tentar provar isso na prática. Na realidade, o Brasil que saiu do governo FHC era mais desigual, mais injusto, mais concentrador de renda e de poder. Além de que havia produzido três crises ao fragilizar a economia, a última das quais foi profunda e prolongada, da qual o Brasil só saiu no governo Lula. Por essa razão, também, no final do seu governo FHC, mesmo contando com toda a imprensa a seu favor, tinha 50,9% de rejeição.Quando o programa do PT do final do ano passado fez a comparação entre os resultados dos dois governos, veio o pânico nas hostes oposicionistas, sobre o que os esperava na campanha eleitoral. Enquanto um FHC desmoralizado bradava pela necessidade dos tucanos aceitarem a comparação, estes fugiram da raia, e esconderam ao tucano do seu programa eleitoral – ao qual levaram a imagem positiva de Lula.Agora veremos que mágica conseguem fazer para resgatar FHC, se é que realmente vão fazê-lo. A comparação é tudo o que a campanha da Dilma quer. Ela foi a coordenadora do governo, que teve um sucesso ininterrupto de 5 anos, conquistando 80% de aprovação e apenas 4% de rejeição para Lula. Dilma representa a continuidade e ao aprofundamento das transformações iniciadas nesses 8 anos, que pela primeira vez diminuíram a desigualdade no Brasil. Esse o grande embate ao que a oposição tenta fugir, buscar outras vias de fazer campanha – com a sórdida utilização de pastores evangélicos explorando os sentimentos conservadores de setores da população – que não a confrontação política. Mas esse é o grande tema. Não porque remeta ao passado, mas porque representa hoje, o mesmo enfrentamento de blocos de forças com os mesmos interesses diferenciados que levaram o Brasil a ser mais injusto na década de 90 e a avançar significativamente na superação das injustiças e das desigualdades na primeira década deste século.

Postado por Emir Sader

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

VOU VOTAR NO SERRA!!

Desculpem amigos, vou votar no Serra. Sabem porque?
Cansei de ir ao supermercado e encontrá-lo cheio.
O alimento está barato demais.O salário dos pobres aumentou e qualquer um agora se mete a comprar carne, queijo, presunto, hambúrguer, iogurte, etc.
Cansei dos bares e restaurantes lotados nos fins de semana.
Se sobra algum, a gentalha toda vai para a noite.
Cansei dessa tranqueiragem.Nos aeroportos, no tempo do PSDB era uma tranquilidade. Pouca gente pra encher o saco. Pouca fila. Agora, um mundaréu de gente viajando, nao tem aviao que chega, uma gentalha da classe media viajando pro exterior, deslumbradas com a viagem, com o aviao, com as aeromoças. Argh ! Nao aguento isso. Ai que saudades daquele sossego bom para nós, gente seleta... fina... nós os verdadeiros brasileiros. Imagine esses babacas chegando na Europa, a imagem ruim que vão deixar por lá. Estamos preocupados com a imagem do Brasil no exterior. Transformaram os aeroportos brasileiros numa verdadeira RODOVIARIA !!! Mas que merda !
Cansei de ir em Shopping e ver a pobreza comprando e desfilando com seus celulares. O governo reduziu os impostos para os computadores. A Internet virou coisa de qualquer um. Pode isso ? Até o filho da manicure, pedreiro, catador de papel, agora navegam...
Cansei dos estacionamentos sem vaga. Com essa coisa de venda a juro baixo e longo prazo, todo mundo tem carro; até a minha empregada tem !!! " É uma vergonha! ", como dizia o Boris Casoy. Com o Serra os congestionamentos vão acabar, porque como em S.Paulo, vai instalar postos de pedágio nas estradas brasileiras a cada 35 km e cobrar caro. Isso coloca um freio nessa classe media e nos pobres ainda mais.
Cansei da moda banalizada. Agora, qualquer um pode botar uma confecção. Tem até crédito oferecido pelo governo. O que era exclusivo da Oscar Freire, agora, se vende até no camelô da 25 de Março e no Braz. Vergonha, vergonha, vergonha...
Cansei de ir em banco e ver aquela fila de idosos no Caixa Preferencial, todos trabalhando de office-boys.

Cansei dessa coisa de biodiesel, de agricultura familiar. O caseiro do meu sítio agora virou "empreendedor" no Nordeste. Pode?

Cansei dessa coisa assistencialista de Bolsa Família. Esse dinheiro poderia ser utilizado para abater a dívida dos empresários de comunicação (Globo,SBT,Band, RedeTV, CNT, Fôlha SP, Estadão, etc.). A coitada da "Veja" passando dificuldade e esse governo alimentando gabiru em Pernambuco. É o fim da picada.


Cansei dessa história de PROUNI, que botou esses tipinhos, sem berço, na universidade. Até índio, agora, vira médico e advogado. É um desrespeito... Meus filhos, que foram bem criados, precisam conviver e competir com essa raça.

Cansei dessa história de Luz para Todos. Os capiaus, agora, vão assistir TV até tarde. E, lógico, vão acordar ao meio-dia. Quem vai cuidar da lavoura do Brasil? Diga aí, seu Lula...


Cansei dessa história de facilitar a construção e a compra da casa própria (73% da população, hoje, tem casa própria, segundo pesquisas recentes do IBGE). E os coitados que vivem de cobrar aluguéis? O que será deles?

Cansei dessa palhaçada da desvalorização do dólar. Agora, qualquer um tem MP3, celular e câmera digital. Qualquer umazinha, aqui do prédio, vai passar férias no Exterior. É o fim...

Vou votar no Serra.

Cansei, vou votar no Serra, porque quero de volta as emoções fortes do governo de FHC. Chega dessa baboseria politicamente correta, dessa hipocrisia de cooperação. O motor da vida é a disputa, o risco...

Quem pode, pode, quem não pode, se sacode. Tenho culpa eu, se meu pai era mais esperto que os outros para ganhar dinheiro comprando ações de Estatais quase de graça?


Eles que vão trabalhar, vagabundos, porque no capitalismo vence quem tem mais competência. É o único jeito de organizar a sociedade, de mostrar quem é superior e quem é inferior.


Eu ia anular o voto, mas cansei. Basta! Vou votar no Serra.

Quero ver essa gentalha no lugar que lhe é devido. Quero minha felicidade de volta.” Os pobres e a classe media que se fodam !

by Elke di Barros

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

VELHA MIDIA - II

A eleição no Brasil é entre a Dilma e o PiG (*).

A 12 dias da eleição, Dilma perdeu a paciência e foi para a jugular do Otavinho. Desde Leonel Brizola que não se vê um homem público enfrentar o PiG (*) com essa coragem.

O Otavinho não perde por esperar.

O Otavinho manipula escandalosamente.

Segunda de manhã (20), Dilma deu uma entrevista indignada com a sujeira da Folha.

Dá-lhe! É assim que a gente faz com gente de má-fé. Isso é coisa de quem tem caráter, não bi-bi-bi de quem não tem uma vida honrada a zelar. Dilma é mineira, mas segunda, dia da Revolução dos Farrapos, mostra que tem os sentimentos que os gaúchos tanto prezam, o da honra e o da dignidade.

Nos EUA, Barack Obama pendurou o guiso no gato já há algum tempo. Lá, a assessoria do presidente colou na FOX o rótulo de “braço midiático do Partido Republicano”.


Segunda-feira, o jornal da família Frias teve o seu dia de FOX. Dilma bateu pesado na “Folha”. É o troco, depois de dias e dias de uma campanha unilateral. Aliás, são meses de deturpações e cobertura enviesada.

Começou lá atrás, com a ficha falsa na primeira página (lembram? E não se desculparam).

Seguiu com a manchete tosca sobre o aumento da conta de luz “por culpa de Dilma” (tão tosca que fez a “Folha” ir parar nos trendtopics do twitter, como exemplo mundial de manipulação). Nas últimas duas semanas, diante do aturdimento de Serra – incapaz de traçar uma linha para sua campanha – a velha mídia assumiu o comando da oposição.

Cumpriu-se, assim, na prática, o que Judith Brito (presidenta da ANJ – Associação Nacional dos Jornais) já havia vaticinado: “a imprensa é o verdadeiro partido de oposição no Brasil.”


A imprensa tem, sim, o dever óbvio de investigar e denunciar.

Não vejo nada de errado nisso.

A situação absurda, no Brasil, é que as denúncias são sempre unilaterais. Só existem escândalos federais no Brasil, há quase 8 anos.

O ímpeto investigativo dos jornais não se volta – jamais – contra os tucanos. Explica-se: os tucanos garantem polpudos recursos para a velha mídia, com a assinatura de jornais para as escolas paulistas.

A velha mídia tenta criar um “Mar de Lama” contra o lulismo. Como Lacerda fez contra Vargas em 54. Naquela época, o único contraponto era o “Última Hora”, jornal de Samuel Wainer.

Hoje, os “blogs sujos” cumprem – de forma ainda limitada, mas efetiva - o papel de contraponto.

Nem isso Serra gostaria de ter. Queria toda a mídia pra ele.


* Partido da imprensa Golpista (Veja, Globo, Folha e elite)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

VELHA MÍDIA

Serra já tentou ser bonzinho. Já tentou ser Zé. Tentou virar Lacerda, batendo à porta dos quartéis. Agora, virou o inquisidor-mor do Brasil (ou “caluniador”, como Dilma pregou na testa do tucano): nada disso deu resultado. Serra encolhe, já beira os 20% dos votos na pesquisa Vox/Band/IG. Ele, a essa altura, virou uma espécie de Tiririca: pior do que está não fica.

O problema é que isso não tem graça nenhuma.

Quanto mais despenca, mais Serra se afunda no gueto: vira um candidato acuado, ressentido, que mexe com os piores sentimentos do conservadorismo no Brasil. Quem fica ao lado dele é só a turma que quer conter o “comunismo”, que chama Bolsa-Família de “bolsa-esmola”, que insiste em chamar Lula de ”analfabeto”, “nordestino ignorante”, ”apedeuta”. Passada a eleição, o tucano provavelmente vai ser lançado ao ostracismo. Mas o discurso do ressentimento – que ele encampou – seguirá vivo. Especialmente na velha imprensa. O festival de escândalos fabricados às vésperas da eleição mostra qual o clima que se pode esperar durante um provável governo Dilma. A guerra vai seguir.

Engana-se quem pensa que o céu ficará desanuviado. Não. Derrotada e minoritária, a mídia velha vai ficar ainda mais aguerrida. Testará a capacidade de resistência de Dilma. Lula não comprou essa briga de frente. Confiou em sua capacidade de ser o comunicador maior do governo, comendo pelas beiradas a velha mídia.

Dilma não tem (ainda) a capacidade de mobilização de Lula. Como Dilma vai enfrentar a “Veja”, “O Globo”, a “Folha”, o “Estadão”? Os três últimos são da velha escola golpista. A primeira é da nova escola fascista.

A provável presidenta Dilma travará essa batalha sozinha, no peito e na maciota, como fez Lula? Não. Essa precisa ser uma batalha da sociedade. Há quem defenda a necessidade de uma articulação de partidos, sindicatos, movimentos sindicais, blogueiros e jornalistas progressistas, para dizer à turma (sedenta de sangue) que está do outro lado: se tentarem avançar o sinal, haverá reação.

Agora, na reta final da eleição, ou nos próximos meses, no início de um provável governo Dilma, a sociedade brasileira terá que dar conta dessa questão. A democracia brasileira precisa enfrentar e enterrar os velhos barões da mídia. Eles levarão uma surra nas urnas, abraçados ao candidato tucano.

Mas - ao contrário de Serra - ainda não viraram Tiririca: são capazes de coisas muito piores do que promover crises e inventar escândalos.
By Rodrigo Vianna

PORÕES DA PRIVATARIA

Introdução ao livro que aloprou o Serra: Os porões da privataria

Quem recebeu e quem pagou propina.
Quem enriqueceu na função pública.
Quem usou o poder para jogar dinheiro público na ciranda da privataria.
Quem obteve perdões escandalosos de bancos públicos.
Quem assistiu os parentes movimentarem milhões em paraísos fiscais.

Um livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que trabalhou nas mais importantes redações do país, tornando-se um especialista na investigação de crimes de lavagem do dinheiro, vai descrever os porões da privatização da era FHC. Seus personagens pensaram ou pilotaram o processo de venda das empresas estatais. Ou se aproveitaram do processo.

Ribeiro Jr. promete mostrar, além disso, como ter parentes ou amigos no alto tucanato ajudou a construir fortunas. Entre as figuras de destaque da narrativa estão o ex-tesoureiro de campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, Ricardo Sérgio de Oliveira, o próprio Serra e três dos seus parentes: a filha Verônica Serra, o genro Alexandre Bourgeois e o primo Gregório Marin Preciado. Todos eles, afirma, tem o que explicar ao Brasil.


Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois.

Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …

Atrás da máxima “Siga o dinheiro!”, Ribeiro Jr perseguiu o caminho de ida e volta dos valores movimentados por políticos e empresários entre o Brasil e os paraísos fiscais do Caribe, mais especificamente as Ilhas Virgens Britânicas, descoberta por Cristóvão Colombo em 1493 e por muitos brasileiros espertos depois disso. Nestas ilhas, uma empresa equivale a uma caixa postal, as contas bancárias ocultam o nome do titular e a população de pessoas jurídicas é maior do que a de pessoas de carne e osso. Não é por acaso que todo dinheiro de origem suspeita busca refúgio nos paraísos fiscais, onde também são purificados os recursos do narcotráfico, do contrabando, do tráfico de mulheres, do terrorismo e da corrupção.

A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior.

Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.
(Ricardo Sergio é aquele do “estamos no limite da irresponsabilidade. Se der m… “, o momento Péricles de Atenas do Governo do Farol – PHA)

Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (2).

O que é mais inexplicável, segundo o autor, é que o primo de Serra, imerso em dívidas, tenha depositado US$ 3,2 milhões no exterior através da chamada conta Beacon Hill, no banco JP Morgan Chase, em Nova York. É o que revelam documentos inéditos obtidos dos registros da própria Beacon Hill em poder de Ribeiro Jr. E mais importante ainda é que a bolada tenha beneficiado a Franton Interprises. Coincidentemente, a mesma empresa que recebeu depósitos do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, Ricardo Sérgio de Oliveira, de seu sócio Ronaldo de Souza e da empresa de ambos, a Consultatun. A Franton, segundo Ribeiro, pertence a Ricardo Sérgio.

A documentação da Beacon Hill levantada pelo repórter investigativo radiografa uma notável movimentação bancária nos Estados Unidos realizada pelo primo supostamente arruinado do ex-governador. Os comprovantes detalham que a dinheirama depositada pelo parente do candidato tucano à Presidência na Franton oscila de US$ 17 mil (3 de outubro de 2001) até US$ 375 mil (10 de outubro de 2002). Os lançamentos presentes na base de dados da Beacon Hill se referem a três anos. E indicam que Preciado lidou com enormes somas em dois anos eleitorais – 1998 e 2002 – e em outro pré-eleitoral – 2001. Seu período mais prolífico foi 2002, quando o primo disputou a presidência contra Lula. A soma depositada bateu em US$ 1,5 milhão.

O maior depósito do endividado primo de Serra na Beacon Hill, porém, ocorreu em 25 de setembro de 2001. Foi quando destinou à offshore Rigler o montante de US$ 404 mil. A Rigler, aberta no Uruguai, outro paraíso fiscal, pertenceria ao doleiro carioca Dario Messer, figurinha fácil desse universo de transações subterrâneas. Na operação Sexta-Feira 13, da Polícia Federal, desfechada no ano passado, o Ministério Público Federal apontou Messer como um dos autores do ilusionismo financeiro que movimentou, através de contas no exterior, US$ 20 milhões derivados de fraudes praticadas por três empresários em licitações do Ministério da Saúde.

O esquema Beacon Hill enredou vários famosos, entre eles o banqueiro Daniel Dantas. Investigada no Brasil e nos Estados Unidos, a Beacon Hill foi condenada pela justiça norte-americana, em 2004, por operar contra a lei.

Percorrendo os caminhos e descaminhos dos milhões extraídos do país para passear nos paraísos fiscais, Ribeiro Jr. constatou a prodigalidade com que o círculo mais íntimo dos cardeais tucanos abre empresas nestes édens financeiros sob as palmeiras e o sol do Caribe. Foi assim com Verônica Serra. Sócia do pai na ACP Análise da Conjuntura, firma que funcionava em São Paulo em imóvel de Gregório Preciado, Verônica começou instalando, na Flórida, a empresa Decidir.com.br, em sociedade com Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro Daniel Dantas, que arrematou várias empresas nos leilões de privatização realizados na era FHC.

Financiada pelo banco Opportunity, de Dantas, a empresa possui capital de US$ 5 milhões. Logo se transfere com o nome Decidir International Limited para o escritório do Ctco Building, em Road Town, ilha de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas. A Decidir do Caribe consegue trazer todo o ervanário para o Brasil ao comprar R$ 10 milhões em ações da Decidir do Brasil.com.br, que funciona no escritório da própria Verônica Serra, vice-presidente da empresa. Como se percebe, todas as empresas tem o mesmo nome. É o que Ribeiro Jr. apelida de “empresas-camaleão”. No jogo de gato e rato com quem estiver interessado em saber, de fato, o que as empresas representam e praticam é preciso apagar as pegadas. É uma das dissimulações mais corriqueiras detectada na investigação.

Não é outro o estratagema seguido pelo marido de Verônica, o empresário Alexandre Bourgeois. O genro de Serra abre a Iconexa Inc no mesmo escritório do Ctco Building, nas Ilhas Virgens Britânicas, que interna dinheiro no Brasil ao investir R$ 7,5 milhões em ações da Superbird. com.br que depois muda de nome para Iconexa S.A…Cria também a Vex capital no Ctco Building, enquanto Verônica passa a movimentar a Oltec Management no mesmo paraíso fiscal. “São empresas-ônibus”, na expressão de Ribeiro Jr., ou seja, levam dinheiro de um lado para o outro.

De modo geral, as offshores cumprem o papel de justificar perante o Banco Central e à Receita Federal a entrada de capital estrangeiro por meio da aquisição de cotas de outras empresas, geralmente de capital fechado, abertas no país. Muitas vezes, as offshores compram ações de empresas brasileiras em operações casadas na Bolsa de Valores. São frequentemente operações simuladas tendo como finalidade única internar dinheiro nas quais os procuradores dessas offshores acabam comprando ações de suas próprias empresas… Em outras ocasiões, a entrada de capital acontecia através de sucessivos aumentos de capital da empresa brasileira pela sócia cotista no Caribe, maneira de obter do BC a autorização de aporte do capital no Brasil. Um emprego alternativo das offshores é usá-las para adquirir imóveis no país.
Depois de manusear centenas de documentos, Ribeiro Jr. observa que Ricardo Sérgio, o pivô das privatizações — que articulou os consórcios usando o dinheiro do BB e do fundo de previdência dos funcionários do banco, a Previ, “no limite da irresponsabilidade” conforme foi gravado no famoso “Grampo do BNDES” — foi o pioneiro nas aventuras caribenhas entre o alto tucanato. Abriu a trilha rumo às offshores e as contas sigilosas da América Central ainda nos anos 1980. Fundou a offshore Andover, que depositaria dinheiro na Westchester, em São Paulo, que também lhe pertenceria…

Ribeiro Jr. promete outras revelações. Uma delas diz respeito a um dos maiores empresários brasileiros, suspeito de pagar propina durante o leilão das estatais, o que sempre desmentiu. Agora, porém, existe evidência, também obtida na conta Beacon Hill, do pagamento da US$ 410 mil por parte da empresa offshore Infinity Trading, pertencente ao empresário, à Franton Interprises, ligada a Ricardo Sérgio.

(1) A dívida de Preciado com o Banco do Brasil foi estimada em US$ 140 milhões, segundo declarou o próprio devedor. Esta quantia foi convertida em reais tendo-se como base a cotação cambial do período de aproximadamente R$ 3,2 por um dólar.
(2) As empresas arrematadas foram a Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco.

BY http://contextolivre.blogspot.com/

domingo, 5 de setembro de 2010

A QUEM INTERESSA?

Amigo e-leitor telefonou para levantar uma suspeita. Pergunta ele: por que cargas d’água o Serra e o PiG (Partido da imprensa Golpista) souberam que havia sido violado, em São Paulo, o sigilo da filha do Serra, ANTES de a Corregedoria informar, formalmente , à Receita, em Brasília?

Por que cargas d’água só aparecem nomes de tucanos vítimas de violação, quando, na verdade, a Corregedoria da Receita, em São Paulo, investiga mais de 140 acessos a declarações?

Por que, por incrível coincidência, o PiG só sabe quando aparece um nome de tucano?

Quando apareceu o nome da Ana Maria Braga, o PiG recolheu a informação imediatamente, porque deve ter percebido que a Ana Maria Braga diluiria o foco: o negócio é provar que o Serra é a vítima e a Dilma, o algoz. Quem será que tem esse acesso privilegiado à informação – muito seletiva – do que acontece na Corregedoria de São Paulo? Outra pergunta desse amigo e-leitor: por que o senador Francisco Dornelles, que foi secretário da Receita e tem ainda muitos amigos lá, por que o Dornelles só pede a cabeça do chefe da Receita em São Paulo e, não, a cabeça de Brasília? Por que só o de São Paulo?Estranho, muito estranho.

Quem tiver acesso privilegiado ao que a Corregedoria de São Paulo faz pode saber, online, cada passo de cada funcionário da Receita envolvido na investigação. Pode até ter acesso a informações de contribuintes cujas declarações estejam sob análise, numa operação rotineira. Longe deste ordinário colunista da Nossa Folha supor que quem denuncia o vazamento é o mesmo que vaza. O vazador é quem vaza – isso é possível, amigo e-leitor? Sim, é possível, claro. Vale tudo numa campanha eleitoral. Ainda mais se um dos lados – o da vítima – passasse com um trator por cima da cabeça da mãe, segundo Ciro Gomes, se fosse necessário.

Necessário?

O que é mais necessário do que ser eleito Presidente de uma Nação de 190 milhões de almas com 7 votos?

Necessaríssimo !

Agora, amigo e-leitor, medite: quem pode, por acaso, ter acesso à intimidade das investigações da Corregedoria da Receita de São Paulo? Agora, amigo e-leitor, medite: será possível que algum dirigente do PSDB tenha acesso a essas informações e seja ele o vazador: ou seja, quem denunciasse o vazamento fosse o próprio vazado? Não, amigo e-leitor, não seja pessimista. O Serra e o PiG não ousariam tanto. (PHA)

Em tempo: afinal, o que tem de tão comprometedor nesse sigilo de que a mídia demotucano tanto fala mas esconde?

Outra dúvida sobre o episódio: para ter o efeito eleitoral supostamente desejado, um dossiê contra Serra deveria ser amplamente divulgado e suas informações precisariam ser críveis ou, no mínimo, verossímeis. Um meio de comunicação de influência nacional teria de aceitá-lo como verdade e uma onda de jornais, canais de tevê e rádio deveria repercuti-lo amplamente sem maiores objeções. Dia e noite. Espera aí. Não é justamente o que a mídia faz neste momento ao embarcar na teoria de que o comitê de Dilma Rousseff cometeu atos criminosos contra o adversário?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O QUE É UM TUCANO

Avis rara, animal político com grave risco de extinção, o tucano se diferencia dos outros animais. Identifiquemos suas características, antes que seja tarde demais: O tucano tem certeza que tem razão em tudo o que diz e faz. Lê a Folha de São Paulo cedinho e acredita em tudo o que lê. Nunca foi à América Latina, considera o continente uma área pré-capitalista e, portanto, pré-civilizatória. Considera a Bolívia uma espécie de aldeia de xavantes e a Venezuela uma Albânia. O tucano nunca foi a Cuba, mas achou horrível. Foi a Buenos Aires (fazer compras com a patroa), mas considera a Argentina uma província européia. Considera FHC merecedor de Prêmios Nobel – da Paz, de Literatura, de física, de química, quaisquer. Considera o povo muito ingrato, ao não reconhecer o bem que os tucanos – com FHC à cabeça - fizeram e fazem pelo país. A cada derrota acachapante, o tucano volta à carga da mesma maneira: ele tinha razão, o povo é que não o entendeu. Tucano acha o povo malcheiroso. Considera que São Paulo (em particular os Jardins paulistanos) o auge da civilização, de onde deve se estender para as mais remotas regiões do país, para que o Brasil possa um dia ser considerado livre da barbárie. Mora nos Jardins ou ambiciona um dia morar lá. É branco ou se considera branco. Compra Veja, mas não lê. (Ele já leu a Folha). O tucano tem esperança de retomar o movimento Cansei! Tem saudades de 1932. Venera Washington Luis e odeia Getúlio Vargas. Só vai a cinema de shopping. Só vai a shopping. Freqüenta a Daslu, mesmo que seja por solidariedade às injustiças sofridas em função da ação da Justiça petista. O tucano nem pronuncia o nome do Lula: fala Ele. Conhece o Nordeste pelas novelas da Globo. Dorme assistindo o programa do Jô. Acorda assistindo o Bom dia Brasil. Acha o Galvão Bueno a cara e a voz do Brasil. O tucano recorta todos os artigos da página 2 da Folha para ler depois. Acha o Serra o melhor administrador do mundo. Acha Alckmin encantador. Tem ódio de Lula porque tem ódio do Brasil. Sempre acha que mereceria ter triunfado. O tucano é mal humorado, nunca sorri e quando sorri – como diz The Economist sobre o candidato tucano - é assustador. Não tem espírito de humor. Também não tem motivos para achar graças das coisas. É um amargurado com o mundo e com as pessoas pelo que queria que o mundo fosse e não é. O tucano considera a Barão de Limeira sua Meca. Acha o povo brasileiro preguiçoso. Acha que há milhões de “inimpregáveis” no Brasil. Acha a globalização “o novo Renascimento da humanidade”. O tucano se acha. O tucano pertence a uma minoria que acha que pode falar em nome da maioria. O tucano é um corvo disfarçado de tucano.

by Emir Sader


Em tempo1: Ninguém precisa acionar a Justiça para ter “direito de resposta”. Este espaço é livre e democrático. Assim como na Blogesfera.


Em tempo2: O que Serra pregou escondido no Clube da Aeronáutica?



http://noticias.uol.com.br/politica/pesquisas/

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O "AMIGÃO" VISTO PELO RETROVISOR

Em outubro de 2002, em momento igualmente desfavorável como candidato de FHC contra Lula, Serra que hoje se apresenta como o novo amigão do peito do Presidente da República, dizia coisas distintas sobre o adversário. A tese da ‘inexperiência’ e do ‘despreparo’ para chefiar o país, agora endereçada contra Dilma Rousseff, era recorrente na boca do tucano e da mídia que o apoiava. Em vez da ‘mulher inexperiente, que nunca foi eleita para nada’, o alvo era o metalúrgico ‘ que nunca administrou nada’, como alardeava a matraca conservadora do candidato e de sua comitiva. Liderar sindicatos e conduzir greves históricas, como se sabe, pertence ao universo do nada na visão do conservadorismo nativo, que já nasce póstumo graças a uma vocação inata para mandar e ser obedecido. Inclui-se entre os clássicos dessa visão da casa-grande, o episódio-síntese da cordialidade do serrismo em relação a Lula. Em plena campanha, o herdeiro de conhecido jornal de São Paulo, em almoço na sede da empresa, apontaria seu dedo magro e deselegante para Lula a ponto de causar constrangimento no próprio pai, então diretor do veículo e hoje falecido. Apoplético, o filho que atende pelo diminutivo, desautorizou o candidato-operário a postular a presidência entre outras coisas por não ter diploma universitário e não falar inglês. Ontem, como hoje, mídia e candidato tucano operavam na cadência de um jogral. Se o petista vencesse as eleições (como de fato venceu e gerou 14 milhões de empregos até agora) o Brasil, de acordo com a pregação do tucano, seria palco de uma inevitável tragédia econômico financeira, associada a devastadora desestabilização política. Segundo o ‘amigão’, Lula na presidência cindiria o Brasil, a exemplo do que já ocorria, segundo ele, na Venezuela. Índio da Costa, então, era só um aspirante a picollo balilla, mas o udenismo lacerdista já maturava no arsenal político de Serra, a inocular na classe média o veneno de um apartheid social cevado a poções diárias de medo, mentiras e arrogância. Com Lula, alardeava o serrismo, haveria uma argentinização da economia, seguida de desemprego e inflação explosiva. Ao jornal Gazeta Mercantil , o tucano ardiloso gotejava em 9 de outubro de 2002 o mesmo bordão que sua campanha agora martela Dilma: "Precisamos mostrar quem está mais preparado e mais cercado de forças políticas capazes de garantir a governabilidade". Diante da escalada terrorista, dias depois, o saudoso economista Celso Furtado faria um desabafo incomum para um homem público conhecido pelo estilo reservado e austero. Aspas para as atualíssimas observações do grande economista brasileiro ao site de campanha do PT, em entrevista publicada em 13-10-2002. 'O Serra está aperreado. Como ele vê que todos os apoios vão para o Lula, ele se destempera, diz coisas descabidas, tenta juntar fatos sem nexo. Mistura tudo, Brasil, Venezuela, descontrole cambial e eleições. Um pouco mais de seriedade. O Brasil precisa de seriedade. Existe uma expressão francesa para definir esse comportamento [de Serra]: aux bois, quer dizer, ladrando a torto e a direito. Enfim, o sujeito está no sufoco, fala qualquer coisa. É o fim de festa'.

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Se a elite que vota em Tucano quer mudança por que Serra discursa que vai continuar o projeto de Lula? Quem ele está enganando?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CAMPANHA CIDADÃ

Quando o quadro eleitoral vai ganhando um formato que dificilmente parece poder ser alterado significativamente, o único fator que pode alterá-lo vêm, não da esfera das opiniões dos cidadãos, mas de uma lei absurda, aprovada e sancionada, que obriga os eleitores, para poderem votar, portar um outro documento, com foto. Independentemente da intenção de evitar os votos fraudados, a decisão é sumamente discriminatória, afetando diretamente a milhões e milhões de eleitores mais pobres, que não dispõem da informação e/ou de documento com foto ou de possibilidade de se deslocar de novo até suas casas para poder retornar a tempo de votar. A falta de campanha maciça de informação por parte das autoridades responsáveis pelo processo eleitoral só agrava a situação, revelando má fé ou falta de consciência das conseqüências da lei e dos danos que ela pode causar no exercício do direito de voto por milhões de cidadãos brasileiros. Na primeira eleição de Evo Morales, na Bolívia, centenas de milhares de pessoas não puderam votar por uma decisão de que os que não tinham votado na eleição municipal anterior, teriam que se reinscrever. A informação circulou pouco e justamente eleitores pobres, do Evo, não puderam exercer seu direito de voto. Felizmente a maioria obtida pelo Evo foi suficiente para que triunfasse com a maior votação que um presidente havia obtido, mas o MAS deixou de eleger a governadores e a uma bancada parlamentar maior por essa circunstância. No Brasil, até hoje ainda há setores significativos da população – basicamente mais pobres, grande parte deles vivendo no campo – que querem votar no candidato do Lula, mas que só agora, lentamente, vão canalizando esse voto para a candidata do Lula, Dilma. Podemos imaginar a dificuldade para que esses setores possam ser informados da necessidade de portar documento com foto para votar. Muitos sequer têm esse documento, seja por falta de recursos para tirá-lo, seja por falta de consciência da importância e falta de tempo de providenciá-lo.A imprensa, alinhada maciçamente com o candidato da direita e consciente de que os setores mais diretamente afetados são bastiões de voto do governo e da Dilma, nem tocam no tema, em atitude que revela, mais uma vez, como não apenas informam mal e errado a população, como também desinformam pelo silêncio.Não podemos contar com esses meios. Temos que organizar, desde já, uma ampla campanha cidadã de massas para fazer chegar essa informação a todos os eleitores, de que necessitam indispensavelmente levar um documento com foto para poder votar. É responsabilidade da imprensa, de todas as organizações democráticas e populares, de todas as candidaturas desse campo e de toda a militância, organizar formas de difusão ampla dessa informação, com criatividade e com eficácia, para evitar que uma determinação absurda e a irresponsabilidade dos setores que deveriam encarregar-se da informação do eleitorado, falseiem a vontade dos eleitores brasileiros. By Emir Sader

sábado, 14 de agosto de 2010

VELHAS PRATICAS

Aproveitando-se da ausência de Dilma, Serra a converteu em alvo (de novo) num encontro promovido por associações comerciais, em São Paulo. Convidada, Dilma disse que iria ao evento. Mas, na última hora, deu meia-volta. “Normal”, disse Serra. “O PT tem evitado ao máximo debater e se expor”. Sem mencionar o nome de sua rival, Serra insinuou que Dilma se esconde atrás de Lula. O problema, disse ele, é que "o presidente é insubstituível. Quem ganha é quem governa. É preciso se expor mais". Defendeu a simplificação da campanha. Disse ter sugerido um modelo alternativo em 1993: "Cheguei a propor que nós transformássemos o horário eleitoral em uma coisa mais simples. O candidato, diante da câmera, apresentando sua proposta.”; “É chato? É chato. Mas política é uma coisa chata. O que vamos fazer? Com isso, a gente elimina o custo e impede que os candidatos sejam vendidos como iogurtes ou como um novo pão de centeio.”; “Coisas publicitárias ou não publicitárias, como, inclusive, a ocultação do candidato. Hoje no Brasil parece uma importância grande: ocultar o que o candidato é ou deixa de ser".

De fato, as campanhas eleitorais são guiadas mais pelo marketing do que pelas ideias. Elege-se a encenação mais competente, não o melhor candidato. Nessa matéria, a propósito, Serra não é exceção. Longe disso. Incorporou-se à regra geral. Acusa Dilma de usar a popularidade de Lula como escudo. Mas cuida de manter no fundo do armário o aliado FHC. No encontro de São Paulo, Serra voltou a condenar o aparelhamento do Estado, rendido, segundo disse, a “interesses privados”. Nessa matéria, Serra vende-se não como um iogurte, mas como a última bolacha do pacote. Sustenta que, eleito, dará cabo do fisiologismo. "Nós, cada vez mais, nos últimos anos, vimos a recuperação das piores práticas políticas do passado", disse o presidenciável tucano. Está coberto de razão. O diabo é que o “passado” inclui a era tucana de FHC. Uma fase em que vicejaram as mesmas “práticas políticas”. Sob FHC, nunca é demasiado recordar, Jader Barbalho mandou e, sobretudo, desmandou na Sudam. Renan Calheiros foi ministro da Justiça!!!! O líder do governo no Senado chamava-se José Roberto Arruda, à época um tucano em perfeita sintonia com o ninho. Como exemplo de partidarização da máquina pública, Serra citou os Correios. Ali, a desmoralização era tanta que Lula viu-se compelido a trocar o comando. O exemplo é ótimo. Mas Serra tem pouca ou nenhuma autoridade para mencioná-lo. Por quê? Ora, encontra-se alojado na coligação tucana o PTB de Roberto Jefferson, um dos réus no processo do mensalão. Como se recorda, Jefferson levou os lábios ao trombone, para denunciar as conexões valerianas do PT, depois que veio à luz o esquema que o PTB montara nos Correios.
No mais, antes de prometer o fim do clientelismo, Serra precisa informar à platéia como fará para conter os ímpetos do DEM, seu principal aliado.

Em tempo: Dilma ultrapassa Serra também no RS.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

CARA OU COROA - PARTE DOIS

Já tinha prometido não tratar mais do Farol de Alexandria: ele derruba a audiência. Mas, como diria o Barão de Itararé: o problema não é mudar de idéia, mas não ter idéias para mudá-las. O ódio de FHC ao Lula jamais se manifestou de forma tão explícita e exasperada quanto no artigo engordurado que escreveu no Estadão (01/08), na pág. 2 de titulo “Cara ou coroa”? (Já usei esse titulo na edição do Nossa Folha em 24/02/10) Como o Lula é o “cara”, segundo o presidente dos Estados Unidos, isso quer dizer que o Farol chama a Dilma de “coroa”? O artigo é para extravasar o ódio ao Lula e é de verter lágrimas de sangue. O artigo é para dizer que o Lula não presta e o que fez de bom foi ele, o Farol, quem fez. O centro do argumento é que não tem essa de o Serra dizer que é amiguinho do Lula, não. O Serra tem que vestir a camisa do governo FHC, porque o FHC é muito diferente do Lula. Um é a cara, Lula. E o outro, o coroa, o FHC – é isso? Interessante.
Por que o Serra não leva o Farol para o Pavão-Pavãozinho, no Rio, para a Brasília Teimosa, em Recife? Por que ele não leva o FHC ao Jardim Romano alagado? Não leva o FHC para se encontrar com os professores e policiais de São Paulo, que recebem o salário “PSDB” – o Pior Salário Do Brasil? Por que em 2002 o Serra expulsou o FHC do palanque? Por que em 2006 o Alckmin vestiu a camisa do Banco do Brasil e da Petrobrás? Por que ninguém diz que é FHC desde criancinha? Só o PiG (Partido da imprensa Golpista). Mas, o “Príncipe dos Sociólogos”, como gosta de dizer o Mino Carta, o Príncipe dos Sociólogos se trai no final, como um tenor cansado que não atinge mais o Dó maior. Ele diz que o Serra é a Luz. E o Lula e a Dilma são “o controle policialesco” (sic), com a “ingerência de forças partidário-sindicais” (sic).
E o que mais? O Lula e a Dilma são a corrupção deslavada. SIVAM, Pasta Rosa, Privatização do Daniel Dantas, a compra da re-eleição, o Eduardo Azeredo, o Ricardo Sergio, venda do Banespa, Petrobrax – ou seja, isso tudo é petismo na veia. Se o Farol soubesse escrever ou tivesse um grama adicional de coragem diria o que está submerso na cabeça dele: a Dilma é o Koba (que não é o guitarrista do Restart, 2º minha filha), o Stalin terrorista.
É isso o que ele quer dizer e ficou entalado na garganta dele. Que o PTB é corrupto, e vai instalar uma republica petebo-sindicalista e a Dilma (o Jango) é o Koba. É exatamente o que o FHC diria no IPES, aquele “Instituto Millenium”, que, em 1963, reunia intelectuais como o “seu Frias” para tramar a queda do Jango. O interessante é que nas páginas A12 e A13 Dilma Rousseff dá substanciosa entrevista ao Estadão e mostra que o terrorista, o Koba (personagem de Alexandre Kazbegi), dessa história é outro: é o FHC, que, como o Serra, é Golpista e terá “um fim melancólico”.

Em tempo: O Conselho Regional de Economia da Paraíba (Corecon/PB) e outros, solicitou ao Conselho Federal de Economia (Cofecon), o ingresso de uma interpelação judicial pedindo o enquadramento do pré-candidato à presidência, José Serra (PSDB), no Artigo 47 do DL 3.688/41 por uso indevido da qualificação de economista, que tem por base o fato de Serra não possuir bacharelado em economia nem ser registrado em um conselho regional, mas se apresentar publicamente como economista e engenheiro.

By Conversa Afiada - PHA

segunda-feira, 26 de julho de 2010

DESIGUALDADE SOCIAL

Saiu na primeira página do Globo e na página 33, de sexta-feira: “Brasil tem o 3º. pior índice de desigualdade do mundo”, segundo a ONU.

A manchete do Globo é do tamanho de um outdoor. Tem o objetivo de desmoralizar o presidente Lula e a Dilma que instalaram as políticas sociais no centro de suas políticas.

É como se o Globo dissesse: eles são uns farsantes! Fazem o Bolsa Família para isso.

Se a Carolina Brígido, a repórter que leu os dados da ONU tivesse consultado a urubóloga Miriam Leitão, mesmo a urubóloga teria sido capaz de recomendar leituras complementares.

Por exemplo, os estudos do economista Ricardo Paes e Barros, do IPEA, que mostram:
1) que a renda dos pobres aumentou
2) a desigualdade diminuiu, SOBRETUDO NO GOVERNO LULA.
A urubóloga teria recomendado os estudos do profesor Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas. Foi ele, Neri, quem primeiro instalou na pauta da discussão a vertiginosa ascensão da Classe C. Em 1992, a classe média era um terço do total da renda brasileira.

Hoje, é mais de 50%.

Entre 2003 e 2008, 32 milhões de brasileiros, ou seja, metade da população da Franca, ingressou no conjunto das classes A, B e C. O principal fator dessa ascensão não foram os programas assistenciais, mas a renda do trabalho. Entre 2003 e 2009 foram criados 8 milhões de empregos com carteira assinada. Pode-se dizer também que essa é uma década da redução da desigualdade. Entre 2000 e 2008 a renda dos 10% mais pobres da população cresceu 72%. Ou seja, o crescimento da renda dos pobres no Brasil é um crescimento de tamanho chinês.A renda dos 10% mais ricos cresceu 11%.

Todo mundo cresceu. É uma bolha?Não, frisou Neri.

Esse processo já dura cinco anos: de 2003 a 2008 a renda do brasileiro cresce 7% ao ano. Ou seja, não é bolha porque a renda sobe por causa do trabalho e porque os brasileiros passaram a estudar mais. Trabalhar e estudar são coisas que ficam, não vão embora como uma bolha. A queda na desigualdade é inédita. No anos 60 o Brasil viveu o período mais desigual da sua história. O Brasil tinha a terceira pior distribuição de renda do mundo. Hoje é o décimo.

Quer dizer, é um país ainda muito desigual, mas se a desigualdade continuar a cair, será um país de desigualdade tolerável. O importante é que o Brasil cresce em baixo.

O crescimento econômico do Nordeste é igual ao da China.

E por que essa impressionante mobilidade vertical ?
Por causa do aumento real do salário mínimo.
Por causa do aumento do emprego.
Por causa da bancarização dos pobres.
Por causa do aumento da escolaridade.
Por causa do Bolsa Família.

O que impede que a renda se distribua mais rapidamente ? A Globo. A Globo é contra qualquer política de intervenção social, a começar pelo Bolsa Família. A Globo é contra o ProUni. A Globo é contra as cotas raciais. O Cardeal Ratzinger, o cérebro da Globo, Ali Kamel, é um especialista na matéria: ele é capaz de provar que as cotas raciais provocam desarranjo intestinal. A desigualdade não cai mais rápido por causa do PiG. E porque a elite brasileira – de que a Globo é o porta estandarte -, como diz o Mino Carta, é a pior do mundo.
Nisso, somos realmente campeões.



segunda-feira, 19 de julho de 2010

A ESQUERDA E O BRASIL

Atribui-se a um importante ex-ministro da ditadura militar a afirmação de que "melhor que um dia o PT ganhe, fracasse e aí vamos ter tranquilidade para dirigir o país". Independentemente de que ele continue a pensar isso hoje ou não, o certo é que fez muito bem para o Brasil o PT ter chegado ao governo através de Lula. Não fracassou, ao contrário, mostrou extraordinária capacidade para governar e reverter a tendência estrutural mais grave que o Brasil arrastava ao longo dos séculos - a injustiça, a desigualdade, a exclusão social, marca profunda da forma que nossa história havia assumido desde a colonização, passando pela escravidão, pelos governos oligárquicos, pela ditadura militar e pelo neoliberalismo.Ao contrário dos maus augúrios, foi construído o governo de maior credibilidade e apoio popular, de maior credibilidade internacional, de maior capacidade de dirigir o Estado brasileiro, protegendo a economia dos ataques especulativos, retomando o desenvolvimento econômico, no marco de um processo de distribuição de renda e de afirmação de direitos sociais, que nunca o Brasil havia conhecido, fortalecendo e não enfraquecendo a democracia.Para a esquerda, governar significa, antes de tudo, desnaturalizar as injustiças, sobrepor os direitos ao mercado, fazer do Estado instrumento das grandes maiorias tradicionalmente postergadas, afirmar nossa soberania no plano externo e fazer dela alavanca para a soberania no plano interno. É não aceitar a redução do Estado a instrumento do mercado, é não aceitar a subordinação do país aos interesses das grandes potências que sempre nos submeteram ao atraso e a marginalidade, é buscar dar voz aos setores populares e não aceitar que a "opinião pública" seja formada pelas elites econômicas.Ao governar, a esquerda não apenas não levou o Brasil à crise e a situações de insegurança e de instabilidade, como, ao contrário, soube conduzir o país frente a pior crise econômica internacional - que ainda afeta profundamente países do centro do capitalismo e os que, na periferia, seguiram subordinados ao comando das potências que geraram a crise. Soube acumular reservas que servem como colchão externo e interno frente a situações de crise. Soube combinar desenvolvimento com aumento de salários, sem colocar em risco a estabilidade monetária. Soube fortalecer o Estado, para consolidar sua presença democrática, conquistando mais legitimidade para o Estado brasileiro que qualquer outro governo anterior.O governo também faz bem à esquerda, recorda que seus objetivos dependem da construção de alternativas de governo da sociedade como um todo, da sua capacidade de construir blocos de forças com capacidade hegemônica na sociedade. Que as alianças tem que ser feitas para fortalecer os temas estratégicos do governo. Que tem que se governar para o conjunto do pais, com prioridade para os que representam as maiorias e sempre foram relegados. Que todo projeto vencedor, triunfa porque unifica a grande maioria, porque se transforma em projeto nacional, para ser hegemônico.Um país que parecia ser destinado a ser governado pelas elites minoritárias, que o produziram e reproduziram como o país mais injusto, mais desigual, do continente mais inujusto e desigual, de repente vê criar-se em seu seio uma sensibilidade majoritariamente progressista, que privilegia as políticas sociais e não o ajuste fiscal, um país justo e solidário e não egoísta e mercantil. Bom para a esquerda e bom para o Brasil.
Postado por Emir Sader

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Do blog Brasília, eu vi

Ao acusar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter transformado o Brasil em uma “república sindicalista”, José Serra optou por agregar a seu modelito eleitoral, definitivamente, o discurso udenista de origem, de forma literal, da maneira como foi concebido pelas elites brasileiras antes do golpe militar de 1964. Não deixa de ser curioso ouvir essa expressão, “república sindicalista”, vinda da boca de quem, naquele mesmo ano do golpe, colocava-se ao lado do presidente João Goulart contra os golpistas que se aninhavam nos quartéis com o mesmíssimo pretexto, levantado agora pelo candidato do PSDB, para amedrontar a classe média. Jango, dizia a UDN, macaqueavam os generais, havia feito do Brasil uma “república sindicalista”.

Ao se encarcerar nesse conceito político arcaico, preconceituoso e, sobretudo, falacioso, Serra completou o longo arco de aproximação com a extrema-direita brasileira, iniciado ao lado de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990. Um casamento celebrado sob as cinzas de seu passado e de sua história, um funeral político que começou a ser conduzido sob a nebulosa aliança de interesses privatistas e conveniências fisiológicas pelo PFL de Antonio Carlos Magalhães, hoje, DEM, de figuras menores, minúsculas, como o vice que lhe enfiaram goela abaixo, o deputado Índio “multa-esmolé” da Costa.

Pior que o conceito, só a audiência especialmente convidada, talvez os amigos que lhe restaram, artistas e intelectuais arrebanhados às pressas para ouvir de Serra seus planos para a cultura brasileira: Carlos Vereza, Rosa Maria Murtinho, Maitê Proença, Zelito Viana, Ferreira Gullar e Marcelo Madureira – este último, raro exemplar de humorista de direita, palestrante eventual do Instituto Millennium, a sociedade acadêmica da neo UDN. Faltou Regina Duarte, a apavoradinha do Brasil, ausente, talvez, por se sentir bem representada. Diante de tão seleta platéia, talvez porque lhe faltem idéias para o setor, Serra destilou fel puro contra as ações culturais do governo Lula, sobretudo aquelas levadas a cabo pela Petrobras, a mesma empresa que os tucanos um dia pretenderam privatizar com o nome de Petrobrax.

Animado com o discurso de Serra, o humorista Madureira saiu-se c om essa: “Quero que o Estado não se meta na cultura e no meu trabalho, como está acontecendo”. Madureira trabalha na TV Globo, no “Casseta & Planeta Urgente”. Como o Estado está se metendo no trabalho dele, ainda é um mistério para todos nós. Mas, a julgar pela falta de graça absoluta do programa em questão, eu imagino que deva ser uma ação do Ministério da Defesa.

O que José Serra não confessou a seus amigos artistas é que a “república sindicalista” saiu-lhe da boca por despeito e vingança, depois que as maiores centrais sindicais do país (CUT, CGT, CTB, CGTB, Força Sindical e Nova Central) divulgaram um manifesto conjunto no qual acusam o candidato tucano de mentiroso por tentar se apropriar da criação do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e por “tirar do papel”, seja lá o que isso signifique, o Seguro-Desemprego. “Serra não fez nenhuma coisa, nem outra”, esclareceram as centrais.

O manifesto também lembra que, na Assembléia Nacional Constituinte (1987-1988), o então deputado federal José Serra boicotou inúmeros avanços para os trabalhadores e o sindicalismo. Serra votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a garantia de aumento real do salário mínimo, a estabilidade do dirige nte sindical, o direito à greve, entre outras medidas.

Desmascarado, Serra partiu para a tese da “república sindicalista” e, apoiado em apenas uma central que lhe deu acolhida, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), chamou todas as outras de “pelegas” e as acusou de receber dinheiro do governo federal para fazer campanha para a candidata Dilma Rousseff, do PT. Baseado nesse marketing primário, ditado unicamente pelo desespero, Serra mal tem conseguido manter firmes seus badalados nervos de aço, que logo viram frangalhos quando defrontados por repórteres dispostos a fazer perguntas que lhe são politicamente inconvenientes, sejam os pedágios de São Paulo ( http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/07/07/video-fatal-jornalista-aperta-serra-sobre-pedagio-e-danca/ ), seja sua falta de popularidade no Nordeste. ( http://www.conversaafiada.com.br/video/2010/07/14/video-serra-se-irrita-com-jornalista-no-maranhao/ )


Sem amigos e, ao que parece, sem assessores, Serra continua recorrendo ao tolo expediente de bater boca com os jornalistas. Continua, incrivelmente, a fugir das perguntas com outras perguntas, a construir na internet, nos blogs, no youtube e nas redes sociais virtuais uma imagem permanente de candidato à deriva, protagonista de vídeos muitíssimo mais divertidos que, por exemplo, as piadas insossas que seu companheiro de artes cômicas, Marcelo Madureira, insiste em contar na televisão.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

FOLHA DE SÃO PAULO

O jornal que emprestou seus caros para a Operação Bandeirantes, disfarçada de jornalistas, levar a cabo prisões arbitrárias, fuzilamentos sumários de detidos, conduzir os sobreviventes para tortura, para a desaparição, para a morte. O jornal que considerou a ditadura militar – o mais ditatorial dos regimes, de imposição do terror, o mais antidemocrático – como a salvação do país, pregou sua realização, saudou a ruptura da democracia e a deposição de um presidente legitimamente eleito pelos cidadãos, apoio a ditadura, ajudou a escondeu seus crimes e, mais recentemente, chamou-o de “ditabranda”.

O jornal que publicou uma ficha falsa da Dilma em manchete de primeira página de um domingo. Pego em flagrante, nunca corrigiu sua brutal manipulação.
Uma executiva do jornal declarou que, dada a fraqueza dos partidos da oposição, a imprensa assume o papel de partido da oposição. Isto é, o jornaleco virou boletim de um partido opositor, os jornalistas não são mais jornalistas, todos eles militantes desse partido opositor. A direção, que nunca foi eleita por ninguém, mas designada pela família, o Comitê Central desse partido. O seu diretor, escolhido por seu pai para sucedê-lo na direção da empresa familiar, presidente do partido. Suas pesquisas são pesquisas internas dos tucanos, feitas por encomenda e atendendo às penúrias do candidato-colunista do jornal, que passeia pela redação do jornal como pela sua casa, dá broncas no que não gosta, nomeia empregados, como a chefe da sucursal de Brasília, nomeada por ele, porque tucana e porque casada com publicitário (ex funcionário da Globo)que codirige a campanha derrotada em 2002 e agora em 2010.

Quem acredita nas pesquisas do Databranda? (ou Datafraude?) Quem compraria um jornal usado da família Frias? (tem resposta). Que lê o Diario Oficial dos Tucanos, com todos os editorais cheios de pluma tucana da página2?

O povo não é tonto. Com tudo o que eles dizem, apenas 3% aceitam seus argumentos e rejeitam Lula. Ou será 0%, na margem de erro?

A derrota de Serra e seu vice de ocasião é também a derrota da imprensa das oligarquias familiares, da imprensa mercantil, da imprensa mentirosa e manipuladora, a derrota dos Frias, dos Marinhos, dos Mesquitas, dos Civitas e dos seus associados regionais e internacionais.
Daí seu desespero, daí sua depressão, daí mentiras como essa pesquisa encomendada pelos tucanos e em que nem eles mesmos acreditam. Otávio Frias Filho (que ocupa o cargo por ser filho de Otávio Frias pai), seus parentes e militantes do seu partido, não conseguem mais ditabrandar em nome do país.

Em tempo: Porque D.Lily Marinho convidou Dilma para um jantar?