segunda-feira, 24 de março de 2008

COLUNA DO DIA 26 MAR 2008 - NOSSA FOLHA

A "Folha" insiste na história de que todo gasto público tem objetivo eleitoral. É evidente que todo governante procura maximizar o retorno eleitoral de suas obras. Mas a implicância com o PAC é demais. Daqui a pouco, nenhum governante vai poder fazer qualquer obra em ano eleitoral (independentemente da sua relevância ou dos critérios de distribuição) porque será considerado eleitoral.
Olha a matéria da "Folha". Na capa:
“O governo Lula driblou o veto da lei eleitoral a repasses de recursos para obras novas nos três meses anteriores à eleição municipal e, sem alarde, listou por decreto quase 1.800 ações do PAC que terão gastos liberados na reta final, informa Marta Salomon. A lista de projetos tratados como prioritários, de transferência obrigatória, é liderada por saneamento, urbanização de favelas e construção de casas.”
Veja só: privilegia cidades em ano eleitoral. Como se cidades fossem partidos políticos. Nas matérias internas, se lê que a cidade mais beneficiada será o Rio de Janeiro (de César Maia - DEM) seguido de São Paulo (de Gilberto Kassab - DEM). E em questões fundamentais: saneamento, habitação popular.
Onde, então, o caráter eleitoreiro das verbas? Aí a repórter tem que se virar e encontrar uma justificativa para a primeira página:
“Os votos mobilizados pelo PAC poderão beneficiar tanto os atuais prefeitos que disputam a reeleição como seus adversários no pleito de outubro (!!!). No caso de São Paulo, por exemplo, a expectativa dos governistas é que a petista Marta Suplicy apareça vinculada ao PAC e não o atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM).”
Se podem beneficiar tanto um quanto outro, o parágrafo poderia ter terminado com a frase: "E a expectativa dos governistas de São Paulo é que o prefeito Gilberto Kassab (DEM) apareça vinculado às obras".
Agora, cá para nós: se receber verbas do PAC em ano eleitoral fosse ruim para as eleições, Serra, Kassab e César Maia teriam assinado os convênios?
Segundo Lula, o PAC está longe de ser um trunfo eleitoral. “É no mínimo uma coisa que me deixa indignado. O governo não está disputando nenhuma eleição. Não tem eleição para Presidência da República. O programa é um programa que o governo federal anunciou com dois anos de antecedência. Esse dinheiro está gerando aquilo que nós queríamos que gerasse: emprego e melhoria na vida das pessoas. Quando vamos a uma cidade eu não quero saber se o prefeito é candidato à reeleição, se o prefeito é do PFL, se o prefeito é do PT. Quero saber se ele tem uma obra importante a ser feita, sobretudo quando se trata de urbanização de favela e saneamento básico. Vamos continuar viajando o Brasil, porque acho que é imprescindível que o povo tenha esses investimentos começando a produzir efeitos agora”, afirmou.
Quando não está submetido ao fator Ali Kamel de manchetes políticas, "O Globo" é o jornal com maior pegada para grandes reportagens.
A edição de domingo está excepcional. Uma grande reportagem sobre a internacionalização da prostituição brasileira. Outra, sobre pesquisas nas favelas. Uma terceira, sobre o confronto envolvendo o Exército brasileiro e um barco com militante das Farc.
A propósito, não me lembro de saiu alguma manchete na primeira página definindo a responsabilidade do prefeito César Maia na recente epidemia de dengue.
E o PT vai recomendar a seus diretórios que não façam coligações para as eleições municipais de outubro com partidos que não façam da base aliada do governo. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (24) à noite pelo presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP). Segundo Berzoini, “exceções podem ocorrer, mas a executiva nacional vai ter que decidir [sobre esses casos]”. Fazem parte da base de sustentação do governo no Congresso
11 partidos (PSC, PSB, PCdoB, PMDB, PP, PR, PV, PT, PDT, PTB e PRB).

segunda-feira, 17 de março de 2008

COLUNA DO DIA 19 MAR 2008 - NOSSA FOLHA

“Esses dias eu recebi aqui o ex-presidente de Portugal, Mário Soares. Ele veio aqui, como jornalista, fazer uma entrevista para a TV Pública de Portugal. Ao se sentar, no meu gabinete, ele falou assim para mim: ‘Presidente, eu não estou entendendo. Eu leio a imprensa estrangeira e vejo que o Brasil está muito bem, eu converso com empresários estrangeiros e vejo que a economia brasileira está muito bem. Mas quando eu leio a imprensa brasileira eu penso que o Brasil acabou, parece que acabou o Brasil’.
Este é um trecho do discurso que o presidente Lula fez na semana passada – 12 de março – a um grupo que a revista Economist reuniu, em Brasília. Passando o sentimento de Mário Soares. A Economist é a mais respeitada revista de economia do mundo.
Eis mais um trecho:
Governar para os Ricos é mais fácil: “Se eu quiser governar o Brasil para 35 milhões, eu não terei problemas, porque o Brasil tem espaço para 35 ou 40 milhões de brasileiros viverem em padrão de classe média alta européia. Se eu quiser governar só para esses, eu não preciso, realmente, fazer investimento do Estado. Agora, se eu quiser e o Brasil desejar incluir os milhões que estão deserdados, aí, realmente, nós vamos ter que gastar.
É para se pensar...
“O importante nisso é que nós vamos, a partir deste ano, colocar aproximadamente 100 mil novos alunos nas universidades federais, seja nos cursos noturnos ou pelo fato de aumentar o número de alunos por professores de 12 para 18. Então, nós estamos fazendo uma pequena revolução na educação universitária no Brasil”. Presidente Lula em reunião com reitores de universidades federais.

Está difícil. Lula pensa em Aécio, empolga-se com Dilma, volta a se fixar em Aécio... Ele já sentiu que é muito mais fácil fazer sucesso do que sucessor.

De uma fonte privilegiada, bom conhecedor do presidente Lula. Diz ele que o sonho de Lula é emplacar na Presidência seu candidato, ao que tudo indica Dilma Rousseff, e voltar para São Bernardo para comer galeto e bater caixa com os amigos. Se sentir fraqueza, contra José Serra vai apoiar Aécio Neves. E se tiver dúvidas quanto às chances de vitória de Aécio, desincompatibiliza-se do mandato presidencial e candidata-se ao Senado, para não deixar o homem deitar e rolar. Enfim, Lula ficaria na ribalta para não deixar barato, em uma oposição ferrenha. Diz a fonte: “Se Serra leva, você verá o que é um governo autoritário”. Comentário dele, não do Lula.

O primeiro PAC que mexeu com o Brasil foi Pedro Álvares Cabral.

O Ministério da Cultura da Espanha oferece bolsa de estudos para estrangeiros. Mas não garante que os interessados ingressem no país.

Bush adora a briga entre os candidatos democratas Hillary Clinton e Barack Obama. Quer mais que os dois vão para Ohio. Ohio que os parta.
No capítulo “O Estilo Veja de Jornalismo” Luiz Nassif, em seu blog, mostra os princípios de atuação ficcional da revista Veja e algumas análises de caso – como a material fantasioso sobre o estouro do câmbio em 1999. “Não poucas vezes, a revista "criou" notícias meramente recorrendo a um recurso que, em jornalismo, se chama vulgarmente de “cozidão” – isto é, um apanhado de fatos velhos, já divulgados, mas apresentados como novidade. Durante a campanha do "mensalão" e depois dela, poucas vezes se viu tamanha quantidade de factóides criados por uma única publicação. O surpreendente é que cada matéria, por mais inverossímil que fosse, acabava recebendo ampla repercussão dos demais veículos da grande mídia - com a irracionalidade e falta de critérios típicos do chamado "efeito-manada".”

sábado, 15 de março de 2008

COLUNA DO DIA 12 MAR 2008 - NOSSA FOLHA

Ao aplicar o princípio de reciprocidade, barrando espanhóis em Salvador, a Polícia Federal faz o que o Itamaraty não teve coragem de fazer.

“Fomos escoltados por policiais até a hora de voltar” Elisete, 40 anos, que foi barrada na Espanha e disse que se sentiu como "bandida"

“Era praticamente uma prisão” Marcos Vinícius, um dos brasileiros maltratados pelo governo da Espanha

Brasileiros chutados da Espanha como cachorros poderiam de hoje em diante referir-se ao arrogante embaixador espanhol Ricardo Peidró com menos uma letra. Faria toda a diferença.

O restaurante Stella Grill, um dos mais freqüentados de Brasília, decidiu boicotar produtos espanhóis como vinhos e azeites, em protesto contra a perseguição e discriminação a cidadãos brasileiros barrados e mandados de volta pelo governo da Espanha. E indignado com o tratamento da Espanha aos brasileiros, o ministro Flávio Bierrenbach, do Superior Tribunal Militar, avalia um protesto particular: deixar de ser cliente do Banco Santander, controlado por espanhóis.

Se todos os brasileiros boicotarem os produtos de origem espanhola como seríamos tratados?

Católico fervoroso e que pediu vistas do processo sobre células-tronco, o ministro Menezes Direito, do Supremo Tribunal Federal, ouviu de cadeirantes, no vôo de 18h30 da TAM Brasília-Rio, que “rico se trata nos Estados Unidos, pobres continuam em cadeiras de rodas.”

“Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PIG, Partido da Imprensa Golpista.” PAULO HENRIQUE AMORIM, jornalista.
“Eu sou filho de uma mulher que nasceu e morreu analfabeta, que morou em lugar que dava enchente de um metro e meio dentro de casa. Acordava à meia noite com rato, com barata, com fezes dentro do quarto. Era obrigado a me levantar e levantar os poucos móveis que tinha, não tinha nem geladeira e nem televisão. Quando eu era moleque, eu saía da escola, numa rua chamada Silva Bueno, eu tinha uma vontade de comer uma maçã, que era uma coisa de louco – e naquele tempo só tinha maçã argentina, que eram umas maçãs grandes – muitas vezes, eu passava com vontade de pegar uma e sair correndo. Eu nunca peguei, porque eu tinha vergonha de envergonhar a minha mãe.” Trechos do discurso que o Presidente Lula fez sexta-feira, na favela de Manguinhos, segundo transcrição do Globo. O título da reportagem é: “Pobre tem direito de ir à Praia de Copacabana”, disse Lula.
O Estadão, por exemplo, neste mesmo dia, deu mais espaço à 429ª escaramuça entre o MST e a Monsanto do que ao começo das obras do PAC em três favelas do Rio - Manguinhos, Alemão e Rocinha.
O Estadão, pensando bem, teve uma boa idéia: já imaginou a elite branca (e separatista, no caso de São Paulo) abrir o Estadão, num sábado de manhã, durante o brunch, e ler que o Presidente do Brasil, eleito duas vezes por 61% a 39%, morava numa casa em que, em dia de chuva, a água subia um metro e meio e tinha cocô boiando? Francamente, os leitores do Estadão e da Folha não merecem ser expostos a isso ...
“Maria, liga pra portaria e vê se a Veja já chegou...”
Pensando bem...
...se para Lula "Dilma é a mãe do PAC", ele é o pai da "menina" que poderá nascer das urnas, em 2010.

...Lula preferiu encarar o Alemão, no Rio, que o venezuelano Hugo Chávez, na reunião do Grupo do Rio na República Dominicana.


Fontes: www.g1.com.br; www.claudiohumberto.com.br; www.correiobraziliense.com.br ;www.jornaldebrasília.com.br; www.oestadao.com.br; www.jt.com.br; www.clicrbs.com.br; www.guiademidia.com.br; www.Istoeonline.com.br; www.ondarpc.com.br; www.zerohora.com.br; paulasantana.