domingo, 5 de setembro de 2010

A QUEM INTERESSA?

Amigo e-leitor telefonou para levantar uma suspeita. Pergunta ele: por que cargas d’água o Serra e o PiG (Partido da imprensa Golpista) souberam que havia sido violado, em São Paulo, o sigilo da filha do Serra, ANTES de a Corregedoria informar, formalmente , à Receita, em Brasília?

Por que cargas d’água só aparecem nomes de tucanos vítimas de violação, quando, na verdade, a Corregedoria da Receita, em São Paulo, investiga mais de 140 acessos a declarações?

Por que, por incrível coincidência, o PiG só sabe quando aparece um nome de tucano?

Quando apareceu o nome da Ana Maria Braga, o PiG recolheu a informação imediatamente, porque deve ter percebido que a Ana Maria Braga diluiria o foco: o negócio é provar que o Serra é a vítima e a Dilma, o algoz. Quem será que tem esse acesso privilegiado à informação – muito seletiva – do que acontece na Corregedoria de São Paulo? Outra pergunta desse amigo e-leitor: por que o senador Francisco Dornelles, que foi secretário da Receita e tem ainda muitos amigos lá, por que o Dornelles só pede a cabeça do chefe da Receita em São Paulo e, não, a cabeça de Brasília? Por que só o de São Paulo?Estranho, muito estranho.

Quem tiver acesso privilegiado ao que a Corregedoria de São Paulo faz pode saber, online, cada passo de cada funcionário da Receita envolvido na investigação. Pode até ter acesso a informações de contribuintes cujas declarações estejam sob análise, numa operação rotineira. Longe deste ordinário colunista da Nossa Folha supor que quem denuncia o vazamento é o mesmo que vaza. O vazador é quem vaza – isso é possível, amigo e-leitor? Sim, é possível, claro. Vale tudo numa campanha eleitoral. Ainda mais se um dos lados – o da vítima – passasse com um trator por cima da cabeça da mãe, segundo Ciro Gomes, se fosse necessário.

Necessário?

O que é mais necessário do que ser eleito Presidente de uma Nação de 190 milhões de almas com 7 votos?

Necessaríssimo !

Agora, amigo e-leitor, medite: quem pode, por acaso, ter acesso à intimidade das investigações da Corregedoria da Receita de São Paulo? Agora, amigo e-leitor, medite: será possível que algum dirigente do PSDB tenha acesso a essas informações e seja ele o vazador: ou seja, quem denunciasse o vazamento fosse o próprio vazado? Não, amigo e-leitor, não seja pessimista. O Serra e o PiG não ousariam tanto. (PHA)

Em tempo: afinal, o que tem de tão comprometedor nesse sigilo de que a mídia demotucano tanto fala mas esconde?

Outra dúvida sobre o episódio: para ter o efeito eleitoral supostamente desejado, um dossiê contra Serra deveria ser amplamente divulgado e suas informações precisariam ser críveis ou, no mínimo, verossímeis. Um meio de comunicação de influência nacional teria de aceitá-lo como verdade e uma onda de jornais, canais de tevê e rádio deveria repercuti-lo amplamente sem maiores objeções. Dia e noite. Espera aí. Não é justamente o que a mídia faz neste momento ao embarcar na teoria de que o comitê de Dilma Rousseff cometeu atos criminosos contra o adversário?

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