segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ENQUANTO ISSO NO PARANÁ...

Candidato ao governo do Paraná, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), decidiu fazer campanha ao modo Lula. Lançou uma versão municipal do Bolsa Família. Chama-se “Família Curitibana”. Prevê a distribuição de R$ 50 mensais a 7 mil lares pobres. A novidade foi anunciada em cerimônia impregnada de 2010. Deu-se no Tatuquara, um bairro humilde da capital paranaense.
A prefeitura armou o palanque e providenciou a platéia. Cerca de mil moradores de outros bairros foram trazidos de ônibus. Súbito, a chegada do prefeito foi anunciada ao microfone. E a multidão: “Beto, Beto...”.
Ao percorrer os metros de curitibanos pobres que o separavam do palco, o prefeito beijou e abraçou eleitores. Tirou fotos com crianças. O clássico.

Antes do discurso do benfeitor, falaram duas beneficiárias do novo programa. Uma dedicou ao prefeito um poema: “Nova luz”. Outra, recobriu-o de elogios: “A nossa Terra Santa [nome de uma vila de Curitiba] está melhorando graças ao Beto”. Coube ao deputado estadual Mauro Moraes (PSDB) falar em nome dos políticos presentes. Citou um tema alheio ao mote da cerimônia: segurança pública. Criticou a ação do governo estadual, hoje chefiado por Roberto Requião (PMDB). E cuidou de lembrar à audiência que o prefeito quer virar governador: “Isso mudará em 2011, com o nosso próximo governador”.

Armada a cena, Beto Richa foi à boca do palco. Soou como Lula. Primeiro, ao dizer que o seu “Família Curitibana” não é um programa assistencialista. Depois, ao afirmar que a população carente não precisa de esmola, mas de oportunidade. Surpreendido, o petismo do Paraná dispensa ao prefeito tucano um tratamento análogo ao que o PSDB reserva a Lula em Brasília.

Vale a pena ler o que disse o vereador Pedro Paulo, líder do PT na Câmara Municipal de Curitiba: “A própria direita questionava o Bolsa Família. Dizia que era eleitoreiro. E, agora, às vésperas da eleição, surge esse programa...” e “...Para mim, parece haver outros objetivos, além do atendimento social. Acho que é puramente eleitoral”.Para que a inversão de papéis se complete, só falta o PT do Paraná protocolar no TRE uma representação contra o prefeito do PSDB.

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Em tempo 1:
Completando a coluna da semana passada o Farol defendeu a tese do “sangramento”. Na crise do mensalão ele não deixou o Agripino Maia pedir o impeachment do Lula. Mandou a oposição esperar o Lula “sangrar”, até que ele voltasse ao Planalto nos braços do povo. Lula não sangrou. Lula vai transformar o Governo FHC no governo Dutra.
Entreguista, anti-trabalhista e irrelevante. Fora do poder, Dutra se transformou no centro de articulação do golpe que fez Vargas sangrar.
Hoje, quem sangra é Fernando Henrique.

Em tempo 2:
Tentaram expulsar da UNIBAN a garota que “atacou” sozinha 700 estudantes com mini vestido. Graças ao Lula e não ao Serra, a direção voltou atrás...

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