segunda-feira, 6 de julho de 2009

PLANO REAL

Em outro enfadonho artigo dominical – pág. 2 do Estadão –, o Farol de Alexandria (FHC), aquele que lançava luzes sobre a Antiguidade e desapareceu num terremoto, escreveu sobre “O Pós Real”.


Trata-se de um conjunto de obviedades, construídas naquele estilo “bloated”, besuntado, que não se deixa atravessar por um único raio de sol ou talento.

Como se sabe, FHC passou oito anos no Governo e não construiu uma única metáfora.

O interessante do artigo é o que ele NÃO diz. O Farol avisa logo que não vai falar da origem do Real. Dos ‘longínquos’ tempos de 1994. Como se recorda Rubens Ricupero, na pág. B2 da Folha (*) de 05 JUL, foi em 1º. de julho de 1994 que o Presidente Itamar Franco lançou o Real. O Ministro da Fazenda era Ricupero, que substituiu Fernando Henrique. Ricupero conta que quando FHC saiu em abril e ele assumiu, “não havia data prevista para o lançamento da moeda. Nem existia consenso sobre o tempo necessário para fazê-lo com segurança.”

Ou seja, FHC deixou um Real inacabado, um projeto que poderia não dar em nada.

Hoje, no Estadão, FHC foge do assunto, porque não consegue mais – quinze anos depois do lançamento do Real – apropriar-se do Plano, como se fosse dele e de mais ninguém.

Porque o Plano deu certo.

Se não tivesse sido lançado, ou se, lançado, resultasse num fracasso – como previu, desde o início, José Serra -, FHC não ia querer ser pai do monstro…

Diplomata, Ricupero diz que o Real é obra de três presidentes. De Itamar, que o lançou. De FHC que lhe deu continuidade.

E de Lula, que fez o mesmo.

Se os tucanos acusam Lula de não ter feito nada de bom; e a única coisa boa que fez foi preservar o Real, na mesma de raciocínio se pode dizer que a maior virtude de FHC foi preservar o Plano econômico do antecessor.

Como diz Mauricio Dias, quem lançou o Cruzeiro ? O Dr. Getulio.

Quem era o Ministro da Fazenda ?

Ninguém sabe – o Cruzeiro é do Presidente Vargas. Logo, o Real é do Itamar e, não, de seus ministros da Fazenda (entre eles, Farol) …

Mas, os tucanos são assim.

Zé Pedágio (José Serra), por exemplo, quis tomar os genéricos de Jamil Haddad, ministro da Saúde de Itamar, mas a blogosfera não deixou…

(*) Folha é aquele jornal que, nos anos militares, emprestava os carros de reportagem aos torturadores. Hoje, o ombudsman da Folha – pág. A6 -, até ele, se mostra irritado com a recusa da Folha em confessar que fraudou a ficha policial da Dilma Rousseff. Não adianta, a Folha vai para o tumulo com essa ficha a cobrir o caixão …

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